Nota
“Essa é uma história sobre cartaz, e ela começa com essa aqui.”
Jesper, um mimado cadete do Academia Postal, vive para decepcionar seu pai, o Chefe dos Carteiros que é rico e espera que seu filho siga seus passos, até o dia em que seu pai cansa de tentar e resolve dar um ultimato ao rapaz: Ele precisa assumir o serviço postal de Smeerensburg e atingir a meta de 6 mil cartas enviadas até o Natal, o que parecia uma tarefa fácil até o carteiro descobrir que a cidade é dominada pela guerra entre as famílias Krum e Ellingboe, fazendo com que cartas não sejam enviadas nunca e não haja nenhuma interação entre as pessoas da cidade. Mas tudo muda quando Jesper conhece Klaus.
Klaus é um solitário fabricante de brinquedos, que vive um pouco distante da cidade e acaba, junto com Jesper, criando uma maravilhosa forma de despertar o amor dentro dos corações da população da cidade, usando o futuro da população e conquistando as crianças com uma distribuição secreta de brinquedos. Uma carta selada enviado para o Klaus, se a criança for bondosa, irá garantir um presente do velho senhor. Um pequeno ato para se salvar que acaba criando uma tradição, um conjunto de gentilezas, o amolecimento do coração dos moradores, o nascimento de uma lenda. O homem gordo e barbudo que vem a noite num treno guiado por renas e entra em sua chaminé, deixando um brinquedo para você com a condição de você enviar uma carta pedindo e ser um boa criança e, claro, não esquecendo de deixar biscoitos e leite para agrada-lo.
É surpreende a forma como a história de Zach Lewis e Jim Mahoney consegue tocar no fundo de nossos corações, mostrando de forma singela o nascimento do Natal como conhecemos, sendo criativo o suficiente para mostrar o quanto um ato egoísta, quando apoiado em boa vontade, pode mudar a vida de muitas pessoas, pode até mudar uma cidade. Vemos a transformação de Klaus, que percebe o quanto seu dom é especial e o quanto ele pode ser feliz ao ser altruísta, é majestoso ver a esperança que nasce em Alva, que sonhava em ser professora e acabou indo para uma cidade onde as crianças não vão para escola, mas a necessidade de escrever carta criou uma nova demanda de crianças querendo aprender a escrever. A maior das sacadas no longa é, com toda certeza, a forma como cria a mitologia por trás da lenda do Papai Noel, mostrando o trenó voador e até a chegada dos elfos ajudantes e da roupa vermelha, tudo sendo feito de uma forma tão assertiva que nos surpreende o quanto uma história tão perfeita e tão crível pode não ter sido a história real por trás da lenda.
Klaus inicialmente parece ser como tantos outros filmes natalinos, que aquece nosso coração e nos inspira a magia do natal, mas aos poucos nós percebemos que ele vai além, nos fazendo reimaginar o natal e a lenda que envolve o Papai Noel, nos fazendo ver humanidade e vigarice por trás de sua origem e entender o quanto a magia vai além da origem das coisas, a magia vem do significado por trás do resultado. Para mostrar que ele vai além de qualquer filme de natal, capaz de tocar nosso coração de formas inimagináveis, o longa ainda se justifica em sua sequencia final, dando um destino necessário e, de certa forma, esperável, mas que nos surpreende e nos emociona, nos fazendo sentir um misto de tristeza e alegria ao mesmo tempo que beiramos às lágrimas. Klaus é com toda a certeza um filme que precisa ser assistido e vai fazer parte do repertorio de filmes natalinos favoritos de muitas pessoas por muito tempo.
“Um ato gentil de verdade sempre gera mais gentileza.”
Icaro Augusto
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Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.