Critica | Lightyear

Nota
5

“Ao infinito…”

Em 1995, Andy ganhava um novo brinquedo, que transformava não só sua vida mas a dinâmica dentro do seu próprio quarto. Esse brinquedo era fruto do filme favorito do garoto, e essa é a crítica desse filme. Após uma finalização maravilhosa para a franquia e uma extensão sentimental que levantou muito questionamentos, Toy Story parecia ter conhecido seu final. Mas, compreendendo a importância dos longas para seu estúdio, os criadores da quadrilogia decidiram revisitar o universo, trazendo uma maneira inesperada para aquilo que desejavam contar.

Pois bem, é preciso falar que Lightyear está longe de ser sobre o boneco que tanto amamos conhecer. Esse é o filme sobre o herói que o inspirou. Dirigido por Angus MacLane, o longa traz uma vertente inédita na Pixar, aproveitando bem seu cerne de ficção científica para construir uma trama oportuna e mais madura do que estamos acostumados para a franquia.

Não é a toa que o filme se mostre mais sério, trazendo um ar heroico desde seus primeiros segundos em uma jornada interplanetária repleta de erros e consequências. Cada novo passo traz um dinamismo interessante, que ao mesmo tempo que referência a franquia original constrói seu próprio caminho se tornando únicos em sua jornada.

O roteiro assinado por Angus, em parceria com Jason Headley, soa simples em seus objetivos, mas é tão bem construído que nos conquista a cada novo desdobramento. A animação é surreal, trazendo texturas, cores e luzes ainda mais realistas, o que nos faz esquecer em vários momentos que não estamos assistindo atores reais em tela. Mais um ponto para a Pixar. Mas, o verdadeiro achado do longa está na humanização e crescimento de seus personagens.

Buzz (Chris Evans) está mais próximo de um herói amargurado por sua escolha, vivendo unicamente para cumprir seu objetivo. O protagonista se mostra mais centrado e auto crítico, transbordando de uma personalidade mais séria e heróica. O Buzz humano comete erros e não suporta ter uma missão incompleta, além de jugar aqueles que não acha preparados a ponto de se colocar em risco pelo seu orgulho.
Todos os arcos do personagem giram em torno de suas batalhas internas, construindo novas camadas que servem como ponte para cada um dos ciclos apresentados. É gratificante notar o quanto se pode perder em seu objetivo e ver, aos poucos, a realidade bater na cara do protagonista.

Dito isso, o longa nos recheia com ótimos personagens secundários que possuem seus próprios dilemas e engrandecem cada novo passo. Lox (Peter Sohn) é de longe um dos melhores personagens do longa. O gato robótico entra na trama como suporte emocional do Patrulheiro Espacial, mas ganha uma camada cômica que nos encanta e diverte ao mesmo tempo, se tornando impossível não se divertir com sua presença em tela.

O mesmo pode ser dito do estranho grupo que acompanha Lightyear em sua épica missão. Izzy Hawthorne (Keke Palmer) carrega o peso de seu sobrenome, tentando ser tão grandiosa e importante quando sua avó, Alisha (Uzo Aduba), antiga companheira de Buzz. Izzy tenta se provar a todo custo, as vezes se colocando em frente mesmo morrendo de medo daquilo que mais deseja alcançar: o espaço.
Já sua avó serve de contra ponto para o protagonista, mostrando que em certos momentos é melhor apenas aproveitar a vida que lhe foi apresentada do que ser unicamente movida pelo seu objetivo. Alisha tem uma jornada magnífica, mostrada ocasionalmente com os regressos de seu amigo, o que nos apresenta desde cedo a diferença crescente entre um e outro.

Fechando o grupo, possuímos a ranzinza Darby Steel (Dale Soules) e o desastrado Mo Morrison (Taika Waititi). Darby é uma criminosa na condicional, que usa suas horas na Patrulha para reduzir sua pena. Ela é rude, sensata e bastante explosiva, trazendo um encaixe perfeito e revigorando ao grupo. Já Mo está a procura de encontrar o seu caminho, mas vive com medo de continuar as coisas que começa, sempre desistindo ao primeiro sinal de que algo pode dar errado. Mo tem medo de se comprometer, e busca sua paixão de um modo um tanto curioso, embora se prove tão valoroso a equipe quanto os demais.

Como antagonista temos um antigo conhecido dos fãs de Toy Story, o inigualável Comandante Zurg (James Brolin). Embora sua missão seja nebulosa e repleta de mistérios, o vilão mostra sua imponência com maestria, nos relembrando velhos clássicos que tanto amamos assistir. E acredite, até mesmo os fãs mais assíduos da franquia podem se surpreender com a abordagem e segredos guardados pelo vilão.

A grande verdade é que Lightyear é estupendo de todas as formas possíveis. Construindo uma jornada épica e emocionante, o novo longa animado nos deixa fissurados em sua narrativa, demostrando bem o motivo pela qual Andy ficou obcecado pelo novo brinquedo que, com toda certeza, foi capaz de nos levar ao infinito e além.

 

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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