Crítica | Luzes no Céu: Fireworks (Uchiage Hanabi, Shita kara Miru ka? Yoko kara Miru ka?)

Nota
3

Norimichi e Yusuke são melhores amigos, mas os dois são apaixonados pela mesma garota, Nazuna, e não tem coragem de falar com ela, mas o dia dos Fogos de Artificio muda a vida deles. Nazuna toma coragem e chama Yusuke para ir ver os fogos com ela, mas o garoto tem medo e dá um bolo na garota, que estava planejando fugir de casa para fugir dos planos de sua mãe, que vai se casar de novo e leva-la pra outra cidade. Quando a mãe de Nazuna percebe o que aconteceu e leva a garota para casa, na frente de Norimichi, o garoto pega uma misteriosa esfera a faz um desejo, voltar ao inicio do dia e mudar os acontecimentos, e o tempo volta.

Na busca por salvar a vida da garota, Norimichi começa a voltar no tempo e mudar os fatos, mudar as vezes que eles são descobertos, impedir a mãe de Nazuna de pega-la, mas a cada mudança o mundo acaba mudando também. Explorando a fundo e de uma forma surpreendente o conceito de universos e realidades alternativas, o filme dirigido por Akiyuki Shinbo e Nobuyuki Takeuchi, resgata a trama do drama japonês, em live-action, de 1993, onde vemos duas crianças tendo como mote a questão “você deixaria tudo por amor?”, nos embalando em uma narrativa romântica e nos levando a fundo na trama, por subtramas que inundam o longa de sensibilidade ao tratar de dilemas como conflitos familiares, medos e angústias, o despertar do amor, amizade, cultura familiar e tradição japonesa, mas o problema do filme de 2017 é que, após tirar a inocência infantil que os protagonistas do original possuíam, só nos restou um enredo monótono e um casal com uma química bem rasa, que não transmite aquele desejo de ficar junto.

A forma como Norimichi trata a fuga de Nazuna parece mais uma birra contra os pais dela do que realmente um desejo de viver um amor, ele não parece estar realmente apaixonado pela garota mas sim estar querendo quebrar as regras. Já Yusuke é a pior forma de lixo que podemos ver, o garoto gosta de Nazuna mas não a trata bem quando tem a oportunidade de ficar com ela, logo depois se revoltando nas ocasiões que percebe que Norimichi teve a coragem de tomar a iniciativa que ele nunca foi capaz de ter. A questão é que, num filme chamado Fireworks, o destaque ficou totalmente para os fogos de artificio, eles embalam toda a magia por trás de cada ida e vinda de enredo, enfeitando a viagem no tempo e espaço, e trazendo uma finalização magnifica, com uma inesperada explosão nos céus nos revelando toda a magia da trama de uma vez, mas ao mesmo tempo nos mostrando que hora nenhuma teremos a mesma magia nos protagonistas, nos mostrando que o destaque do longa, e que o batizou, é quem mais brilha mas não é quem deveria brilhar.

A produção constrói uma fantasia estranha, contextualizando com a mentalidade de como é ser um adolescente mas sem usar os artifícios da comédia ou ironia, que a tornaria mais envolvente, se encaminhando para um romance confuso e desorientador, que te deixa no ar como tantas outras animações asiáticas, mas só consegue realmente se desenvolver bem quando o assunto é a angústia adolescente, os sentimentos, as amizades e a inveja. No fim das contas, o longa nos agarra pelos seus contestamentos morais e psicológicos: O que fazer quando ser feliz obriga a mudar a vida de todos? Deve-se viver num mundo alterado para ficar com Nazuna ou desfazer as consequências de seus pedidos e perder seu amor? Até onde se pode ir por um amor? Até onde você é capaz de mudar o mundo para encontrar a felicidade? Até onde você é capaz de abrir mão dos amigos por alguém que gosta? Você está mesmo disposto a desistir de tudo que conhece para alcançar o desconhecido por uma pessoa tão especial? E os fogos? Eles são planos ou esféricos?

 

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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