Crítica | Máquinas Mortais (Mortal Engines)

Nota
1

Anos depois da Guerra dos Sessenta Minutos, a Terra está destruída e para sobreviver as cidades se movem em rodas gigantes, conhecidas como Cidades Tração, e lutam com outras para conseguir mais recursos naturais. Quando Londres se envolve em um ataque, Tom  é lançado para fora da cidade junto com uma fora-da-lei, e  juntos precisam lutar para sobreviver e ainda enfrentar uma ameaça que coloca a vida de todo o planeta em risco.

O mundo pós-apocalíptico ganha um novo capítulo no cinema com a estreia do longa Máquinas Mortais. A produção tem direção do neozelandês Christian Rivers e, além disso, tem o nome de peso do diretor Peter Jackson, que aparece como produtor e também como roteirista do filme. Por isso, a expectativa dos fãs era alta para a história. Contudo, o que os espectadores poderão assistir no cinema a partir dessa semana é um longa que, mesmo estreando em Janeiro nos cinemas, já terá vaga garantida para a lista de dezembro de piores filmes de 2019.

O mundo que conhecemos já não existe mais. Depois de uma terrível guerra, as cidades não são mais como eram antes e agora elas são verdadeiras máquinas que se locomovem sobre rodas à procura de recursos para se manterem viáveis para seus cidadãos. A primeira cena do filme é uma perseguição, onde a cidade de Londres está perseguindo uma cidade mineradora, de menor tamanho, porém com recursos importantes. A sequência de abertura serve para exibir a atmosfera de toda a situação, além de moldar como serão as cenas de ação do longa. Pois bem, logo na primeira cena, fica bem claro que uma cidade gigante atrás de outra cidade será extremamente entediante. Tudo acontece de forma bastante arrastada e sem muita emoção pela frente, deixando claro que o diretor não sabe como montar a sequência.

E se tratando de emoção, talvez a ideia inicial seria que as cenas de ação ficariam em segundo plano enquanto o roteiro focaria na construção e desenvolvimento dos personagens. Uma ótima ideia na teoria, porém, na prática, é difícil criar empatia pela tamanha quantidade de personagens sem o mínimo carisma em tela. Para se ter uma ideia, o casal protagonista, interpretado por Hera Hilmar e Robert Sheehan, não tem a mínima química durante as duas horas do filme, e isso é tão visível que o filme termina sem mesmo nem um beijo entre os dois.

Todos os personagens são tratados de forma rasa e unilateral, inclusive seu vilão é vivido por Hugo Weaving. Pobre Hugo! Provavelmente, o experiente ator já esteja cansado, exausto, sucumbido de interpretar vilão atrás de vilão, atrás de vilão, atrás de vilão no cinema. Claro que o roteiro  já deixa bem claro com um minuto de filme que ele seria o grande vilão da história e, acreditem se quiser, o seu plano maligno para o futuro da humanidade é uma das coisas mais idiotas que já assistimos nos últimos tempos. Além disso, por muito pouco ele não teve um momento clássico de Darth Vader, no qual seria ainda mais patético.

O roteiro de Máquinas Mortais tem uma crença bem definida desde o começo: o público que está na sala de cinema assistindo a produção é totalmente burro. Segundo os roteiristas, o longa está sendo assistido por crianças que não conseguem desvendar os mais simples segredos. No meio de tanta estupidez, o roteiro conta com personagens que simplesmente SOMEM na história, como, por exemplo, um casal secundário, e ainda temos uma trama de um robô ressuscitado que é muito mal aproveitado.

Janeiro é uma época do ano excelente para ir assistir filmes aqui no Brasil. Geralmente, nos dois primeiros meses do ano, contamos com a chegada dos longas que estão concorrendo aos principais prêmios do cinema. Por isso, acredito que o público pode gastar seu precioso tempo e  dinheiro indo assistir outras produção que estão em cartaz por aqui.

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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