Crítica | Medo Viral (Bedeviled)

Nota
2

O futuro já chegou, e já é possivel ter alguns aplicativos de celular que controlam tudo na sua casa, acender luz, abrir portas, desligar TV, materializar seus medos, te assustar, te matar…

Tudo começa com a morte de Nikki, ela teve um infarte instantâneo de forma inexplicável, mas eis que após sua morte, seus 5 melhores amigos recebem um convite que havia sido enviado por ela para testar um novo aplicativo, o Bedeviled, um aplicativo de inteligencia artificial que surge como um assistente pessoal, mas que abriga muito mais do que aparenta.

De inicio os amigos só enxergam as vantagens do aplicativo, mas a coisa começa a ficar estranha quando o aplicativo começa a ter conversas extremamente pessoais com seus usuários e a mostrar saber de informações que não lhe foram fornecidas, além de saber sobre fatos que havia acontecido com outros usuários, curiosamente, todos passarem a alucinar com monstros que eram a encarnação do maior medo pessoal de cada um.

Abel Vang e Burlee Vang foram os roteiristas e diretores do longa, e, mesmo após pegar um mote valioso, não souberam jogar direito com a ideia dessa “Siri macabra”. Eles não explicam a origem deste tal aplicativo, o que nos deixa orfão de uma trama ainda mais aterrorizante, e acabam pecando ao apostar no excesso de referências cinematográficas do terror, como o clichê da primeira morte ser da gata loira, ou jogar com a aparição de um balão vermelho para o personagem que tem medo de palhaço, além de forçar a barra com o estilo de câmera e muitos jump scares.

A trama fica completamente na mão de Saxon Sharbino, que vive Alice e é a primeira a ser escolhida como vítima do vilão e, curiosamente, é nomeada pelo mesmo como a última a morrer. O problema é que Saxon não sustenta bem a trama, que chega ao ponto de despejar ataques na nossa fuça para que possamos despertar e curtir, tudo isso pra contrapor as diversas situações óbvias e as péssimas escolhas que vemos no desenrolar do longa.

Os monstros encarnados por Bedeviled são outro ponto fraco da trama, o personagem em si lembra muito uma fusão do Slenderman com o Jigsaw, e suas encarnações sofrem por ter uma maquiagem fraca, o que não consegue atingir o ápice do terror de fato, coisa que a Blumhouse faz até com bonecos numa facilidade imensa.

Se a trama e a maquiagem já não fossem problema suficiente, temos uma grande falha na atuação, o fato é que o filme inteiro temos os personagens interagindo com o vilão pelo celular de uma maneira extremamente natural, como se conversar com um monstro fosse algo comum, o que faz  com que os atores acabem por ser mal utilizados e castrados de mostrar seus verdadeiros potenciais.

Num apanhado geral, temos em Medo Viral um potencial inexplorado incrível, que sofreu pela falta de experiencia dos irmãos Vang, que acabaram entregando uma premissa que gera expectativa, mas um filme que joga um balde d’água total, chegando a cansar logo no inicio e tendo um final extremamente previsível a ponto de causar risos.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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