Crítica | Megatubarão 2 (The Meg 2: The Trench)

Nota
3.5

“- É o maior megatubarão que eu já vi.
– É o maior que a humanidade já viu.”

Cinco anos se passaram desde a descoberta dos Mega, e a Mana One, empresa do Dr. Minway Zhang, passou a ser comandada por seu filho Jiuming Zhang, que acabou descobrindo um filhote de Mega, que batizou de Haiqi e passou a treinar em cativeiro, e continuou as explorações da fossa no Oceano Pacífico, que fica abaixo da termoclina de sulfeto de hidrogênio. Numa jornada cientifica, Jonas Taylor acaba se unindo a Jiuming para voltar à fossa e ver os avanços da pesquisa da Mana One, mas um acidente acaba os levando a adentrar uma área ainda não explorada da fossa, e descobrir uma operação de mineração submarina ilegal, o que leva os criminosos a ataca-los, colocando a vida deles em risco, e abrindo um buraco na termoclina que permite que três megalodontes e outras criaturas do fundo do mar consigam emergir para a superfície e atacar a civilização numa praia próxima: o resort da Joy Island (Ilha da Diversão).

Em 2018, Jon Turteltaub entregou um bom filme B à moda antiga quando dirigiu The Meg, um filme que parecia querer surpreender ao trazer uma ameaça gigantesca mas acabou sendo considerados por muito como uma imitação genérica de diversos filmes de tubarão com proporções ainda maior. Mas assim como Steve Alten escreveu nove livros sobre Angel, sua megalodonte antagonista, não é de se surpreender que Warner também queria seguir a história, aumentando a quantidade de ameaças para aumentar a adrenalina que o filme entrega. Agora nas mãos do cineasta Ben Wheatley, a saga parece pronta para ganhar uma nova guia, que poderia renovar o espirito da franquia e criar uma identidade mais original, mas, apesar de ter uma evolução para o longa, aumentar a quantidade de ameaças nem sempre é a chave pra realmente renovar a franquia, muita ação significa muita resolução e as vezes perder o foco do que realmente a história poderia contar, talvez esse seja o problema desse longa, ação demais que não permite que o filme tenha um enredo que realmente se desenvolva.

Jason Statham continua sendo o clichê carismático do herói que, após sobreviver ao assassino poderoso, retorna para enfrenta-lo novamente, com mais a perder do que antes. O ator guia o filme muito bem, mas o longa acaba se fortalecendo com a chegada de Wu Jing ao elenco como Jiuming. Jing é um muito bem conceituado artista marcial chinês, uma aposta pesada para dividir a tela com Statham e que funciona muito bem, os personagens possuem uma conexão emocional através de Meiying, divergencias ideologicas e, acima de tudo, uma sede pelo heroismo que os coloca como principal arma contra os vilões submarinos e as pessoas por trás da mineração ilegal. É gratificante ver toda a ação deixar de sobrecair só nas costas de uma ator e ver a tela sendo melhor equilibrada por dois grandes nomes, e por falar em Meiying, Shuya Cai é outra que desponta em tela, ganhando um pouco de destaque e se mostrando útil para o roteiro ao mesmo tempo que assume o papel de ‘coração’ da equipe, apesar de ainda ser revoltante ver ela se arriscar desnecessariamente em várias ocasiões. Page Kennedy, que como DJ se torna um grande alivio cômico do filme, conecta ainda mais o longa com seu antecessor, mostrando que o personagem exibe claras mudanças no seu comportamento como consequencia da experiencia que viveu anteriormente, dando piadas eficientes e tiradas pontuais que enfeitam bem o enredo.

Mudando um pouco a proposta, Megatubarão 2 parece entender melhor como seguir sua trama, mas perde muito ao escolher encher o filme de ameças que acabam tirando o tempo de tela dos verdadeiros protagonistas. É aquele clássico filme de batalha de humanos versus monstros, cheio de cenas absurdas e tantos outros clichês, mas isso é o que o filme propõe desde sua sinopse, então não há do que reclamar nesse ponto, por outro lado, é até gratificante ver o filme furar a bolha e se propor a ter uma trama que aborde questões ecológicas. Mantendo um raso fanservice ao replicar cenas de Tubarão, o longa tenta se manter na linha dos suspense com cenas de aventura e alguns jumps, sendo praticamente um Jurassic Park do Jason Statham que não se leva a sério e, apesar de demorar a engrenar, consegue se manter bem ao se dedicar promissoriamente com seu CGI. É preciso ainda uma menção honrosa à presença de Pippin, o cachorrinho que foi colocado em perigo no primeiro filme e retorna, provando ter sobrevivido, para enfrentar novos perigos nessa sequência.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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