Nota
Gru mudou radicalmente sua vida, passando a se dedicar a ser um pai presente e exemplar para suas filhas Agnes, Edith e Margo, e deixando de lado os tempos de vilão. Por conta dessas mudanças, seu parceiro, Dr. Nefário, resolve abandoná-lo para seguir seu caminho como cientista louco, e a AVL (Liga Anti-Vilões), uma agencia cheia de espiões que trabalham impedindo super vilões de realizarem seus planos do mal, decide recruta-lo para, junto com a agente Lucy, localizar o criminoso que roubou a fórmula PX41, que ele suspeita ser um antigo “concorrente”, chamado El Macho. Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo que Margo está vivendo seu primeiro amor.
O filme apresenta um novo vilão, um vilão latino como em muitos filmes antigos de espiões, e ainda consegue introduzir bem a Lucy, uma personagem nova que vai se conectando com o público de uma forma flúida em meio a diversos eventos marcantes, como a luta de Gru com Lucy, a luta dos dois contra uma galinha, o sequestro dos Minions, a primeira paixão da Margo e o Gru sendo um pai super protetor e se apaixonando. Ultrapassando a bilheteria do primeiro filme tranquilamente, a sequência dirigida por Pierre Coffin e Chris Renaud valoriza mais os timing cômicos e comédias visuais do que uma narrativa de surpresas, o que acaba deixando a trama previsivel ao ponto de se tornar só mais um filme de vilão megalomaníaco que quer dominar o mundo e voltar ao seu auge.
O filme poderia funcionar melhor se desenvolvesse mais nuances da atração que Gru sente pela Lucy, e vice-versa, ou um maior avanço no crescimento nas filhas, um amadurecimento que fosse além de trazer um crush para a Margo e esquecer a Agnes e a Edith. Leandro Hassum volta como Gru no time de dubladores, que recebe o reforço de Maria Clara Gueiros como Lucy e Sidney Magal, que já tem um enorme currículo de dublagens e surge como uma ótima escolha, como El Macho. A produção adiociona diversas camadas no desenvolvimento do filme e dos personagens, além de trabalhar pesado nas opções de merchandising, apresentando novos personagens que expandem a linha de produtos da franquia, como é o caso dos Minions do Mal e da Lucy.
Mais morno que seu antecessor, Meu Malvado Favorito 2 usa e abusa de cenas comicas e referências aos filmes de espiões, apresentando novos personagens de forma sólida e fluída. Infelizmente, falta mais movimento e surpresas no enredo do filme, é cativante e tem personagens carismaticos, mas falta dar uma razão para o espectador se sentir preso na narrativa, falta a ousadia de realmente não seguir a cartilha das animações e seguir aquela tipica previsibilidade comum de finais felizes.
Lucas Vilanova
Formado em cinema de animação, faço ilustrações, sou gamer, viciado em reality shows, cultura pop, séries e cinema, principalmente terror/horror