Nota
Quando alguém rouba umas das pirâmides do Egito, Gru decide trabalhar em garantir seu posto de super vilão e realizar um roubo maior ainda: roubar a Lua, com apoio dos Minions, seus ajudantes, e suas armas tecnológicas, Gru coloca em prática seu grande plano, mas parte dele depende de três meninas, Margo, Edith e Agnes, que são adotadas por ele, mas passam a influenciar sua vida de uma maneira que ele nunca teria imaginado. Trazendo um vilão como seu personagem principal, o filme nos presenteia com Gru, cheio das características de um vilão, roupa preta e cinza, careca com nariz pontudo e antipático, que rouba doce de criança, tem um arsenal de armas, vários ajudantes, um laboratório secreto , arma congelante, todos os esteriotipos de um vilão, mas que vai amolecendo aos poucos o coração se tornar o pai de três meninas que aparecem para vender biscoitos na sua porta.
Aos poucos vamos nos conectando com Agnes, a mais nova, fofinha e bobinha, que ama doce, unicórnios e tudo que seja rosa; Edith, a irmã do meio, mais levada e curiosa; e Margo, a mais velha, madura e protetora das irmãs. O trio vai parar na vida de Gru da forma mais inusitada possível, o que as deixa com muito receio e temendo Gru e suas coisas, mas ao mesmo tempo Gru as teme, por não saber como cuidar de crianças, proporcionando a evolução da relação de pai adotivo para com as crianças, algo que permite ao público se apegar aos personagens. Além de tudo isso, temos os Minions, cada um com sua personalidade, atrapalhados, cheios de vários timing cômicos e divertidas interações com as meninas. No lado oposto da narrativa está Victor Perkins, ou Vector, um vilão inexperiente que deseja o mesmo que Gru, roubar a lua, o que acaba o tornando o rival perfeito para o protagonista, cada um com seus atrapalhos para enfrentar.
Dirigido por Pierre Coffin e Chris Renaud, o longa marca 2010, o ano de seu lançamento, com uma animação de boa qualidade, envolvente, engraçada, que serve para todos os públicos e tem todo tipo de personagens carismáticos, mostrando que os diretores souberam como explorar a trama de forma a fazer o público se apaixonar por cada personagem e cada trejeito deles. Usando piadas visuais e a ingenuidade, a produção pega inspirações em Os Incriveis, Três Espiãs Demais e várias outras produções de hérois e espiões para desenvolver suas cenas de ação ao mesmo tempo que desenvolve um debate sobre relação familiar e adoção. A direção de arte da animação é esplêndida, a casa de Gru distoa completamente do resto da vizinhança, dando aquele ar imponente de vilão, e dá para perceber o cuidado com cada detalhe do imovel, cada objeto, cada arma, e até cada minion tem uma particularidade na sua aparência, personalidade ou maneirismo. O mesmo cuidado fica notavel no Banco do Mal e na casa de Vector, algo bem futurista e moderno que combina completamente com a proposta de novidade e frescura do vilão novato. Produzido pela Illumination Entertainment, fica obvio no desenrolar de Meu Malvado Favorito por que se tornou a segunda maior bilheteria entre as animações da Universal Pictures.
Dublando Gru na versão brasileira, Leandro Hassum cria um sotaque russo meio enrolado que tem tudo haver com o personagem, dando um ar mais introspectivo e de quem quer sempre ser, ou aparentar ser, um cara mau. Já Vector fica nas mãos do parceiro de longa data de Hassum, Marcius Melhem, que por já ter trabalhado por anos como dupla com Hassum acaba tendo uma afinidade que deixa as interações mais fluidas, assim como deixa mais leve a relação dos personagens dentro do filme. O filme nos coloca o tempo todo atentos, prontos para perceber cada uma das refêrencias presentes, como na cena da nave de Gru chegando na cidade, próximo ao teatro das meninas, a própria ideia da presença de Vector ou os apatrechos, tudo em Meu Malvado Favorito é feito para nos deixar atentos e nos surpreender a cada nova piada ou mudança de planos, com um bom desenvolvimento de personagem e de roteiro que vai conquistar um lugar cativo entre as animações preferidas de qualquer pessoa por um bom tempo.
Lucas Vilanova
Formado em cinema de animação, faço ilustrações, sou gamer, viciado em reality shows, cultura pop, séries e cinema, principalmente terror/horror
