Crítica | Minions 2: A Origem de Gru (Minions: The Rise of Gru)

Nota
2.5

No ano de 1976, Felonius Gru, de 12 anos, está crescendo nos subúrbios e buscando se tornar o maior vilão de todos os tempos, quando fica sabendo que o Sexteto Sinistro, um supergrupo de super-vilões do qual Gru é fã, acaba de demitir seu líder, o lendário lutador Willy Kobra, iniciando um plano para se tornar o novo membro do grupo, mas acabando por se tornar o inimigo mortal dessa gangue de vilões. Agora, com os ensinanetos do próprio Willy, Gru precisa aprender que até os bandidos precisam de uma pequena ajuda de seus amigos, os Minions.

Continuação do filme Minions e prequel de Meu Malvado Favorito, o filme se perde um pouco ao tentar mostrar como os minions se desenvolvem como vilões ao mesmo tempo que mostra o desenvolvimento de Gru também, só que em núcleos diferentes. É uma proposta interessante, como já é feito em muitos outros filmes, trazer mais de um núcleo de ação, porém o filme fica sem um objetivo muito bem definido. O filme passa boa parte do tempo sem saber muito bem para onde quer ir, ora mostrando Gru lutando para aprender a ser um super vilão com o seu maior idolo, ora mostrando os minions aprendendo kung fu para ser viloes melhores, o que nos mostra como e porque os minions são tão resistentes.

Sem perder a essencia da franquia, o filme é um longa de desenvolvimento de personagens, dando bastante atenção a colocar participações de muitos dos personagens existentes na mitologia das outras produções, como mostrar que a casa do Gru é totalmente inspirada na de Willy Kobra, apresentar o Doutor Nefário mais jovem e como se juntou ao Gru, ou mostrar Sr Perkins, do Banco do Mal, Silas Budowsky, da Liga de Antivilões, e uma foto do Vector quando criança. Quanto aos antagonistas, na forma do Sexteto Sinistro, vemos todos os estereótipos absurdos de vilões dos anos 70: Donna Disco como uma vilã de discoteca, Jean Garra como o vilão frânces com garra de lagosta, Punho de Aço como o vilão superforte com traje de luta livre, Irmã Chaco como a freira do mal que luta com nunchakus e Svengança como um vilão patinador, ou seja, o suco dos anos 70 numa animação de história mediana.

Kyle Balda assume mais a direção nesse segundo filme, enquanto o anterior tinhamos um maior controle de Pierre Coffin, talvez por isso o foco do longa tenha sido na personalidade e no visual, deixando mais de lado a busca por um roteiro mais amarrado. A parte artistica mostra esse esforço, com um grande trabalho de arte nos cenários, que traz uma São Francisco bem adaptada, todos os esconderijos e tecnologias trazem caracteristicas próprias, tudo muito bem definido visualmente, com bastante cores e personalidade. Até o figurino é totalmente pensado para remeter à moda dos anos 70 e trazer um toque do bairro chinês bem expressos em cores, símbolos e até no uso de animação 2D para demonstrar o treino dos Minions.

Talvez Minions 2 tenha tentando se apoiar mais no carisma, priorizando desenvolver a animação e o design e abrindo mão de um roteiro forte, mas essa escolha prejudica o filme, eles querem fazer Gru ser diferente dos outros vilões, mas toda a ideia se atrapalha por falta de uma boa construção. Os Minions são sensacionais e envolventes, porém o filme não os favoreceu, nem ao Gru. O longa é muito previsivel, já dá pra adivinhar o que vai acontecer no final, talvez a única surpresa seja a cena musical, que traz um bom toque de comédia. O filme é divertido apesar de sem muita profundidade.

 

Formado em cinema de animação, faço ilustrações, sou gamer, viciado em reality shows, cultura pop, séries e cinema, principalmente terror/horror

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *