Crítica | Moonfall – Ameaça Lunar (Moonfall)

Nota
4.5

E se a lua sair de sua órbita em um impacto inevitável com a terra? O filme Moonfall, de Roland Emmerich, nos apresenta esta realidade tão assustadora onde uma força misteriosa tira a Lua da sua órbita em torno da Terra e a envia numa elipse que culminará numa catástrofe capaz de aniquilar a vida como a conhecemos. Semanas antes do impacto, e com o mundo à beira de aniquilação, Jo Fowler (Halle Berry), vice-diretora e ex-astronauta da NASA, está convencida que tem a chave para nos salvar a todos, desacreditada e sem mais ideias, apela para um homem do seu passado, Brian Harper (Patrick Wilson), um ex-astronauta cuja carreira foi destruída pela NASA, e o teórico conspiracionista K. C. Houseman (John Bradley), que tentou alertar a agência sobre a alteração orbital sem sucesso.

Estes heróis improváveis vão ter de se lançar numa missão impossível no espaço, na esperança de salvar todos os que amam, apenas para descobrir que a nossa Lua não é o que pensávamos que era. Rolland Emmerich mais uma vez embarca no gênero que definitivamente pode chamar de seu, os filmes de catástrofe, e se tratando do diretor não é possível imaginar um projeto pequeno, afinal de contas possui em seu currículo grandes blockbusters como a duologia Independence Day e O Dia Depois de Amanhã, mas seria Moonfall capaz de fazer jus à seus antecessores?

O longa possui uma trama que vai se construindo aos poucos, nos apresentando a problemática mesclada com as histórias dos personagens, aproximando o público de seus protagonistas, tornando ainda mais agudos os momentos tensos. Mesmo assim acaba se perdendo em alguns momentos ao tentar apresentar teorias conspiratórias, cuja complexidade exige mais da mente de seus espectadores. A fotografia é impecável, trabalhando ângulos diferentes para construção do suspense e uma estética diferente para o fim do mundo, o CGI funciona e não incomoda. A trilha sonora complementa tudo, engrandecendo as cenas e conectando tudo.

Patrick Wilson nos apresenta Brian Harper, um ex-astronauta que guarda rancor da NASA e mesmo após 10 anos sente-se culpado pela morte de um de seus tripulantes em sua última missão, mas é o único piloto capacitado para executar essa missão tão essencial para o planeta. Durante o longa vemos que a relação com seu filho foi abalada após perder sua licença de astronauta, resta a ele correr atrás de sua redenção, não apenas em sua profissão mas também como pai.

Jo Fowler é a personagem de Halle Berry, uma mulher com fortes ideais e que acredita que pode salvar a terra de alguma forma, não apenas por sua vida ou seu trabalho, mas por todas as pessoas que dependem dela. É uma das responsáveis de forma indireta pelo fim da carreira do Brian, e não hesita em chamá-lo quando a situação fica mais grave, além disto é responsável por nos apresentar os grandes segredos que a agência esconde. É uma mãe dedicada, que não mede esforços para dar o melhor a seu filho, e também acolheu uma estudante de intercâmbio por quem possui um grande carinho materno.

O personagem de John Bradley-West está lá para ser o alívio cômico, mas KC Houseman é bem mais que isto. O teórico conspiracionista proporciona momentos embaraçosos e engraçados, o que funciona como contraponto para a grande tensão que é criada, mas, a medida que a trama avança, as camadas do personagem vão surgindo, desde sua obsessão com suas teorias (que são devidamente explicadas) até a sua relação com sua mãe, o que o torna um personagem querido e, de certa forma, inesperado, afinal de contas quem imaginaria que um homem como ele estaria na equipe responsável por tentar salvar a terra?

Moonfall é sem dúvidas mais um grande filme para a lista de Roland Emmerich. A trama flui bem mas se perde um pouco em muitas teorias, nada que abale seriamente a experiência que a trama proporciona, as cenas de destruição são marcantes e ressaltam o motivo de tamanho renome para o diretor. Por fim é possível dizer que é um longa poderoso, capaz de despertar o lado conspiracionista de seu espectador.

 

Graduado em Biológicas, antenado no mundo geek, talvez um pouco louco mas somos todos aqui!

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