Crítica | Mulher-Maravilha 1984 (Wonder Woman 1984)

Nota
5

O ano é 1984, Diana Prince seguiu sua vida após o ocorrido no primeiro filme. Ela agora assume um ótimo cargo como arqueologista no Instituto Smithsonian, mas a falta que seu grande amor faz é imensa. Barbara Minerva sofre por não ser uma pessoa muito sociável, e não é diferente em seu novo emprego, quando é ignorada por todos os novos colegas ao derrubar os papeis em sua maleta, mas ela recebe ajuda de Diana, começando assim uma boa amizade.

O laboratório de arqueologia parece animado após a apreensão de artefatos traficados para o país, todos estão ocupados na identificação das peças, e não seria diferente para Barbara, que ficou responsável por uma em particular, nada menos que uma pedra com uma inscrição em latim pedindo para fazer um desejo. A princípio não parece valer nada, mas misteriosamente todos aqueles que desejaram algo enquanto seguravam o objeto tiveram o que queriam. Coincidentemente, um empresário famoso resolveu fazer uma doação generosa ao Instituto e solicitou visitar o local, causando um certo alvoroço. Max Lord parece se interessar bastante pelo objeto estudado por Barbara. WW84 tem a grande missão de dar continuidade ao primeiro filme, que é muito bom, e aumentou nossa ansiedade a cada trailer lançado, correndo o risco de falhar ao criar expectativas grandes demais no público, mas será que falhou?

Com a direção já consagrada de Patty Jenkins, o longa definitivamente não é morno. O roteiro trabalha com informações desconexas, que aos poucos vão se unindo e mostrando o brilhantismo por trás das telas. A fotografia é impecável, e garante cenas deslumbrantes que se tornam ainda mais empolgantes com a trilha sonora, que foi colocada nas mãos do brilhante Hans Zimmer. Infelizmente o CGI de algumas cenas ficou esquisito, mas nada que prejudique drasticamente a experiência proposta.

Gal Gadot segue sendo uma das escolhas mais sensatas da Warner em relação a DC. Diana segue eterna como sempre, mas parece um pouco mais amarga após tantos anos sem Steve… o que não a impediu de seguir em frente, agora a semideusa vive uma vida quase humana, possui emprego e um apartamento, além de seguir salvando pessoas e impedindo crimes, mas desta vez sem chamar atenção e longe das câmeras. A única parte que parou no tempo foi o amor, quarenta anos não foram tempo suficiente para curar as feridas do amor perdido. Isso muda quando, misteriosamente, seu amado volta do mundo dos mortos, fazendo com que ela procure respostas para isto.

Kristen Wiig nos entrega os dois lados de Barbara Minerva, a acadêmica que sofre por não possuir uma boa capacidade social e a Mulher-Leopardo, que sabe interagir socialmente e usa e abusa de sua sensualidade. A dualidade da personagem é desafiadora, mas a atriz consegue dar tudo que a personagem pede, e encanta o espectador com o show em tela, sendo uma contraparte poderosa para a heroína.

Pedro Pascal dá vida a Max Lord, um homem ambicioso que é capaz de fazer tudo para alcançar seus objetivos. O empresário famoso por seus comerciais na TV, e responsável por uma grande doação ao Instituto Smithsonian, é particularmente interessado na pedra misteriosa. Não é de hoje que o astro de “The Mandalorian” é um excelente ator, e isso fica bem claro neste personagem, que possui nuances e características bem marcantes.

De uma forma geral, o filme é surpreendente, sendo um dos maiores acertos da Warner, maior até que seu antecessor, tomando o posto de melhor filme do DCEU. Com vários easter eggs e a promessa de uma cena pós créditos (a qual a imprensa não teve acesso, como já dito pela diretora), o longa é deslumbrante em vários aspectos. Rico em detalhes, com uma trama envolvente e cenas de ação de tirar o fôlego, WW84 é um filme intenso e com uma forte mensagem, deixando o espectador sem palavras em alguns momentos. Possui pouquíssimos defeitos, que não estragam a experiência, contabilizando mais um sucesso para a Warner.

 

Graduado em Biológicas, antenado no mundo geek, talvez um pouco louco mas somos todos aqui!

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