Crítica | O Chamado 2 (The Ring Two)

Nota
3

Seis meses se passaram desde o confronto de Rachel Samara, e a jornalista e seu filho, Aidan, se mudam para uma pacata cidade do Oregon, longe de tudo que possa ter conexão com o traumatico incidende da fita. Rachel arranja um novo emprego em um jornal local e tudo parecia bem, até que fica sabendo de mais uma morte estranha, o que lhe faz suspeitar que a Samara não parou, ela continuou a matar, como havia prometido, e como se não bastasse, começa a assombrar sua família de novas formas.

É possivel perceber que o diretor Hideo Nakata preferiu intensificar o drama familiar nesse filme, a relação mãe e filho é usada como base para desenvolver um terror mais psicológico entre Rachel e Aidan, deixando para a montagem e a história o papel de nos confundir até onde os acontecimentos são provocados pela Samara e até onde é fruto de uma família completamente traumatizada. O longa aprofunda um pouco mais a história da assombração antagonista, expondo mais de suas ações, cada vez mais poderosas, em especial na iconica cena da banheira, um marco da franquia, ou na cena do hospital psiquiatrico, onde o encontro de duas mães torna a emoção mais aflorada, aquele reconhecimento materno e ligação mãe e filho que só elas entenderiam.

Infelizmente a narrativa não nos prende como no primeiro filme, como o público já conhece os detalhes de como a maldição funciona, foi necessário levar a história para um outro viés, um caminho mais comum de filmes de terror mas com uma solução que fazia sentido para a entidade que já conhecíamos. A atuação de Naomi Watts desperta um maior interesse no psicológico da personagem, Rachel está visivelmente abalada e o filho, interpretado por David Dorfman, cada vez mais estranho, mais introspectivo e com um olhar mais vazio. O elenco ainda recebe a adição de Simon Baker, astro de The Mentalist, como Max Rourke, mas o personagem não avança para lugar nenhum na trama. Nesse filme, temos mais tempo de tela de Daveigh Chase, com a Samara humana aparecendo mais vezes e sua atuação física formidável.

O Chamado 2 é uma adição interessante à história da franquia, com soluções melhores trabalhadas que conseguem gerar uma sensação de ansiedade e duvidas nos espectadores, mas que não tem a capacidade de prender a atenção do seu público da mesma forma que conseguiu com o anterior. Faz falta um melhor desenvolvimento do suspense e até o famoso tom esverdeado que foi empregado no primeiro filme, que poderia casar bem com todo o drama familiar desse segundo filme.

 

Formado em cinema de animação, faço ilustrações, sou gamer, viciado em reality shows, cultura pop, séries e cinema, principalmente terror/horror

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