Nota
A jovem Katie Embry (Amber Tamblyn) está com sua amiga no quarto quando é apresentada à história da fita de VHS que mata, em sete dias, quem a assisti-la, logo Katie revela ter assistido essa tal fita e se inicia algumas brincadeiras entre ela e a amiga, com o filme nos pregando diversas peças sobre o que é verdade ou não, até que Katie realmente se torna a primeira vítima em tela. Rachel Keller (Naomi Watts), nossa protagonista e a tia de Katie, entra na história numa busca por investigar a, até então, morte sem explicações de Katie, e é atraída a assistir a tal fita, que possui cenas estranhas, recebendo a fatidica ligação de 7 dias, que a condena ao fatal destino de ser amaldiçoada também.
Um clássico de suspense de 2002, O Chamado tem sua marca na paleta de cores esverdeada, que causava medo a todos que tinham um VHS nos anos 2000, e pela famosa ligação sem identificação que fala apenas ‘sete dias’. Definitivamente o filme marcou uma geração, criando um marco na indústria e provocando novas adaptações de Ringu, franquia japonesa que inspirou o longa. O roteiro nos prende de uma forma incrível, seja para nos unir à personagem em busca de descobrir o mistério da fita e tentar interpeta-la, seja com sua montagem e seu terror psicológico, que usa revelações e mais revelações para montar um quebra cabeça pouco a pouco, nos seduzindo cada vez mais pelo filme, e nos contando uma história do passado que influencia diretamente no presente da narrativa.
O diretor Gore Verbinski definitivamente compõe uma montagem incrível para o filme, nos intrigando a cada cena com revelações, desenhos, visões, sonhos, ou repulsa e agonia de cenas como a do fio de cabelo, seja com as TVs chiando em estática e ligando sozinhas ou pela paleta nos passando algo frio, molhado, triste, nos colocando dentro daquele mistério sempre. Um destaque fica para a interpretação do filho de Rachel por David Dorfman, que sempre nos passa que há algo de errado com ele, que tem algo sobrenatural ao seu redor, algo que o ronda a todo instante. Já a Rachel de Naomi entrega o papel de o perfil de uma jornalista determinada, há bastante referências a Nancy Drew e Gale Weathers, o que deixa o espectador cada vez mais interessado na trama. O paralelo da investigação dela com o ex-marido, Noah, dá movimentação ao filme, que se torna mais dinâmico e nos prende em várias pontos de investigação, nos detalhes sobre a maldição.
O Chamado é um filme de suspense que definitivamente deixou sua marca na história do cinema, ele cumpre seu papel e nos deixa apreensivos, atentos e questionando todo o filme, nos faz mergulhar na história e ainda entrega um plot twist que deixa uma expectativa por continuações. O ponto alto desse filme definitivamente é a sua montagem, existe uma falta por cenas evolvendo maiores susto ou jumpscares, mas a proposta do filme é mais de um suspense psicológico, o que cumpre muito bem. A produção é completa, garantindo uma ótima recepção do publico e uma bilheteria que supera seu custo de produção.
Lucas Vilanova
Formado em cinema de animação, faço ilustrações, sou gamer, viciado em reality shows, cultura pop, séries e cinema, principalmente terror/horror