Nota
Dirigido por Damon Thomas, O Exorcismo Da Minha Melhor Amiga se passa na década de 80 e segue duas melhores amigas: Abby Rivers (Elsie Fisher) e Gretchen Lang (Amiah Miller), que estudam em uma escola católica enquanto enfrentam os dilemas do ensino médio e de seus hormônios a flor da pele. Logo um convite para passar um fim de semana em uma cabana surge e as duas seguem para uma pequena viagem com um grupo de amigas no maior estilo clichê americano, mas ao chegar ao destino tudo começa a dar errado. Com a sucessão de péssimas escolhas, Abby e Gretchen invadem uma cabana que tem um histórico sinistro e, mesmo com vários sinais de alerta, elas continuam sua cruzada até que forças malignas se aproveitem de sua vulnerabilidade.
As sequencias de acontecimentos depois da possessão é um pouco anticlimática, já que tudo acontece em um piscar de olhos, com cenas de vômitos sem nenhuma explicação no meio de um refeitório, ferimentos aparecendo pelo corpo da personagem e sendo ignorados por todos ao seu redor e sua aparência física ficando cada vez mais medonha, o que lembra um pouco o que acontece com Regan no filme O Exorcista (1973). Entretanto sua melhor amiga é a única que percebe que tem algo de errado, já que aparentemente os pais negligentes da garota não notam o comportamento estranho da filha e muito menos as freiras do colégio católico. Mas como uma boa amiga, a protagonista tenta de todas as formas salvar a melhor amiga, que a essa altura já estava totalmente possuída pela entidade maligna e sem saída. Ela então resolve ir atrás de um especialista em possessão para ajuda-la nessa jornada e pela primeira vez temos uma cena realmente engraçada.
Além de inúmeras referências a filmes de terror clássicos, é impossível não notar as semelhanças entre a relação de amizade das protagonistas Gretchen e Abby com as personagens do filme Garota Infernal (2009), Jennifer e Needy. Ambas tinham uma amizade muito forte mas isso foi destruído graças a presença maligna que tentava de toda forma afastar as pessoas mais próximas de sua vida afim de isola-la para conseguir possuí-la por completo e é exatamente assim que acontece, mas de uma forma mais lenta e arrastada.
Outro ponto negativo é a falta de química que as duas atrizes tem em tela e a forma que a amizade delas parece ser facilmente abalada por uma não conhecer tão bem a outra, e isso é perceptível pela forma que tudo acontece muito rápido desde o primeiro dialogo, a possessão e até chegar a cena final, já que o filme perde muito tempo fazendo referências sem cabimento, perdendo totalmente sua essência e utilizando de cenas em slow motion com alguma música nostálgica para tentar atrair sua atenção.
A escolha da trilha sonora é excelente e até mesmo se encaixa em algumas cenas fazendo você viajar para a década de 80, com hits memoráveis como Take On Me, do A-HA, e Somebody’s Watching Me, do Rockwell. Entretanto é difícil acreditar que o filme realmente se passa nos anos 80 pela estética dos personagens e seus figurinos, que parecem ter sido tirados de uma festa de halloween de baixo orçamento, além de um roteiro vazio com diálogos fracos que não servem nem para alívio cômico.
Levemente divertido e com uma trilha sonora nostálgica, O Exorcismo da Minha Melhor Amiga é mais um filme teen que segue o mesmo padrão de todos os outros, com uma enxurrada de referências, o que lhe tira toda a sua identidade, se tornando mais um filme genérico com cenas mal escritas e com diálogos que te faz rir em momentos inoportunos. Apesar disso, a trilha sonora consegue te contagiar do inicio ao fim graças as músicas que nos leva a um túnel do tempo, fazendo milagres em algumas cenas do longa.
Luanna Cavalcanti
Médica Veterinária que ama cinema e adora tudo envolvendo a cultura pop.