Crítica | O Filho do Noivo (I Hate Kids)

Nota
2

“Você é meu pai.”

Nick Pearson é um bem sucedido escritor, que está trabalhando na turnê de lançamento de Não Quero Ser Pai, um livro onde ele mostra as desvantagens de se ter um filho e, com um tom de humor, tira sarro da vida dos homens que vivem na paternidade. Ele está sendo bem recebido por onde passa, e está prestes a se casar com a bela Sydney. Nick se orgulha pela vida que construiu, e encontrou em Sydney uma companheira perfeita, que concorda em nunca ter filhos, mas sua vida vira de cabeça para baixo quando, durante seu jantar de noivado, um garoto de 13 anos surge revelando ser seu filho.

Fingindo ser tudo uma pegadinha, Nick esconde toda a situação de sua noiva e, junto ao seu recém-descoberto filho, resolve viajar pelo país em busca de descobrir qual das suas milhares de ex-namoradas é a mãe do garoto, que o colocou para adoção e que agora é essencial para salvar o garoto de voltar para um orfanato. O filme roteirizado por Frank Dietz e Todd Traina poderia ter nos levado a muitos lugares antes de chegar no final previsível e moralista, mas decidiu seguir pelo caminho obvio de sempre, criando apenas mais um produção que parece não ter nada a adicionar verdadeiramente para seus expectadores.

A história de fundo de Mason acaba sendo forçada demais, como se fosse pretensiosamente criado para justificar sua personalidade esquisita, mas que acaba sendo incomodo por se tornar uma construção tosca demais. Mason foi adotado por uma mulher bem mais velha, que agora precisa ser internada num asilo e acarretará no seu envio para um orfanato, mas, convenientemente, um médium da rádio que ele sempre escuta teve uma visão que o ajuda a descobrir a identidade de seu pai, um homem que resolve, com todas as suas forças, ajudar o garoto a encontrar a mulher que pode salva-lo enquanto busca esconder a informação que pode destruir completamente sua reputação como ‘odiador de crianças e cachorros’.

No meio da viagem temos a inserção de Fabular, o grande médium inconveniente que se une a Mason e Nick na busca pela mãe perdida, uma personalidade que parece completamente desnecessária para o desenrolar da trama, o que torna o filme uma fonte sem fim de piadas chatas e tediosas em volta da fama do médium comparada à de Nick e as tiradas fajutas do homem que, posteriormente, protagoniza uma cansativa revelação que não adiciona nada à trama além das piadas sem sentido de sempre. Uma personalidade que poderia ter sido facilmente substituída por mais tempo de tela de Kelly, a irmã de Sydney que está grávida e, por conta dos hormônios, é levada por uma investigação a flor da pele para descobrir os segredos que Nick esconde de sua irmã.

Com direção de John Asher, o longa parece ter a intenção de unir a premissa de Não Se Aceitam Devoluções com o espirito imaturo de Correndo Atrás de um Pai, brincando com o clichê da busca pelo progenitor perdido ao mesmo tempo que explana sobre os desafios da paternidade. O Filho do Noivo parece querer construir naturalmente a relação entre um pai inexperiente e seu recém descoberto filho adolescente, os fazendo descobrir suas diferenças e semelhanças enquanto descobrem o verdadeiro sentido da vida e a força de suas conexões, mas a forma como o longa prioriza as piadas acima da trama é seu grande ponto fraco, que não permite que a produção tenha uma finalização emocional sincera e nem apresente uma moral realmente embasada para nos tocar com seu ato final.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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