Crítica | O Homem Invisível (The Invisible Man) [2020]

Nota
4

Cecilia (Elisabeth Moss) vive um relacionamento abusivo, que a leva a um trauma e a faz fugir inesperadamente enquanto o seu marido, o rico cientista Adrian (Oliver Jackson-Cohen), dormia. Cecilia acaba contando com o apoio de seus amigos, Emily (Harriet Dyer) e o policial James (Aldis Hodge), que juntos com a filha deles, Sydney (Storm Reid), acolhem a jovem da melhor maneira possível, prestando todo o suporte psicológico. A mulher acaba recebendo a notícia de que seu marido havia cometido suicídio, após a sua fuga, porém ela mal sabia que tudo não passava de uma simulação, feita por Adrian junto com seu irmão, e as coisas tendiam a ir de mal a pior, questionando até o nível de sanidade da mesma.

Na tentativa de uma criar uma versão cientifica e moderna, inserida em um suspense, temos mais uma versão do Homem Invisível, dessa vez dirigida por Leight Whannell, conhecido por ter feito roteiros para as franquias Jogos Mortais e Sobrenatural. O longa é criado de forma que, desde meados para o final, ele assume uma pega bem mais interessante, após a descoberta de todo o plano por trás da forma como o personagem acabou ficando invisível.

Fazendo o bom uso de todas as ambientações, a produção apostou em um quadro de suspense na atmosfera noturna, causando a impressão que o enredo pudesse vir a ser trabalhado em segmento de um terror psicológico promissor, mas que funciona mais como um suspense intrigante. Predominando uma paleta de cores mórbidas, que vão variando entre tons de verde, e trazendo poucas cenas diurnas, onde a coloração saturada vária entre o amarelo e uma tonalidade azulada fria, presente principalmente em cenas com o mar ao fundo.

O grande destaque do longa é a brilhante atuação de Elisabeth Moss, bastante conhecida por seu protagonismo em The Handmaid’s Tale, surgindo na produção como uma das peças principais que engajou a trama, principalmente quando assume a posição de incentivar as mulheres a não se deixarem ser oprimidas ou dar continuidade a um relacionamento tóxico, deixando claro que elas possuem a liberdade de seguirem as suas vidas. Tudo isso fica ainda mais claro na reviravolta no final, numa forte cena de empoderamento de uma mulher fortemente recuperada, gerando uma impactante cena final, que transborda justiça.

Com seus prós e contras, concluímos que, mesmo deixando brechas e sendo um longa que poderia ter explorado seu enredo de forma a deixar seus espectadores mais apreensivos psicologicamente, O Homem Invisível pode, facilmente, ser consagrado como o melhor filme de suspense/terror, entre os lançados no primeiro semestre desse ano, fazendo jus à aclamação que teve diante da mídia internacional, que não apostavam tanto no longa mesmo após seu marketing.

 

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