Crítica | O Menino que Descobriu o Vento (The Boy Who Harnessed the Wind)

Nota
4

William Kamkwamba (Maxwell Simba), é um jovem de Malawi que está cansado de ver sua família passando por dificuldades, com isso o mesmo começa a estudar e desenvolver algo que possa salvar não só sua família, mas todo o vilarejo da seca que vem afetando a plantação.

Seus pais Trywell Kamkwamba (Chiwetel Ejiofor) e Edith Sikelo (Noma Dumezweni), sempre foram grandes influenciadores para que o jovem William pudesse estudar e ter uma vida melhor. Sua irmã Agnes Kamkwamba (Aissa Maiga), após concluir os estudos, permaneceu no vilarejo ajudando sua mãe, porém a jovem sonha com algo maior, coisa que sua família não tem condições de dar-lhe no momento.
William, mesmo passando por dificuldades, insiste em ir à escola, para buscar todo conhecimento possível. Com as idas à biblioteca, o jovem descobre como produzir energia através do vento e com isso busca toda auxilio possível para por seu plano em ação.

O longa traz como principal proposta uma outra cultura, relatos que são baseados em fatos reais, mostrando que o jovem William teve que ser uma pessoa completamente forte para encarar todas as situações de perdas e ganhos, fazendo com que o mesmo fosse capaz de enfrentar seu próprio pai, mostrá-lo que seria possível sair da situação em que estavam e que pudessem ter uma vida melhor.

A fotografia do longa é algo que proporciona um sentimento no espectador, todo o trabalho feito com cenários, luzes e figurinos puderam mostrar um pouco de uma realidade onde o povo negro precisa lutar, trabalhar e enfrentar diversos problemas para tentar sair da pobreza extrema e conseguir algo para comer e dar estudos aos seus filhos.

Chiwetel Ejiofor, foi responsável por dirigir o longa e dar visibilidade ao folclore, as diferentes línguas do país e os costumes típicos de Malawi. O longa é um projeto político que carrega um conjunto de práticas sociais e tem uma forte crítica a um governo corrupto.

Mesmo com as supostas condenações de suas ideias, o jovem William nunca desistiu de proporcionar uma vida melhor para todos a sua volta, todo o projeto para garantir a colheita da plantação foi feita com sucesso mediante o trabalho em grupo.

A conexão que o longa proporciona com o espectador é algo extraordinário, a sensibilização que todo o projeto pode causar faz com que enxerguemos de fato que a educação pode mudar muitas coisas ao seu redor, proporcionar melhoras na sociedade e até mesmo um maior conhecimento político e cultural.

O jovem William foi oprimido diversas vezes, desmotivado pelo seu próprio pai, perdeu coisas de grande valor em sua vida e mesmo assim foi capaz de continuar e colher todos os grãos de amor possíveis. O projeto foi algo que proporcionou pontes para sua educação e crescimento profissional dentro da própria engenharia, isso prova que todo conceito de educação pode ser desconstruído com base na leitura e prática, o que muitas vezes não é alcançado por questões de dificuldades e egoísmos do próprio governo ou escolas.

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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