Crítica | O Mistério do Relógio na Parede (The House With a Clock in its Walls)

Nota
1

Lewis , de apenas 10 anos, acaba de perder os pais e vai morar em Michigan com o tio Jonathan Barnavelt. O que o jovem não tem ideia é que seu tio e a vizinha da casa ao lado, Sra. Zimmerman, são, na verdade, feiticeiros. Juntos, os três irão investigar barulhos estranhos dentro da casa, que escondem enormes mistérios do passado que envolvem magias obscuras de um antigo feiticeiro.

Alguns meses atrás o ator Jack Black enviou um vídeo convidando o público para assistir seu novo longa, O Mistério do Relógio na Parede, estrelado por ele e pela vencedora do Oscar, Cate Blanchett. No vídeo divulgado o ator afirmou que o filme, com direção de Eli Roth, iria entregar nas telas de cinema uma produção que contava com praticamente tudo: Aventura, comédia, drama, terror, magia e tudo o que mais poderia se imaginar. Pois bem, alguns filmes que apostam nessa grande mistura de gêneros, conseguem extrair o melhor de cada um deles, enquanto outros longas, acabam se perdendo dentro dessa confusão.

O Mistério do Relógio na Parede tem a premissa de apresentar a um jovem garoto, interpretado por Owen Vaccaro, um mundo cheio de fantasia e magia por todos os lados. A intenção era colocar o espectador no ponto de vista do menino e mostrar todo o encanto desse universo. Enquanto o personagem vai aprendendo a lidar com a descoberta que seu tio e sua vizinha são feiticeiros, ele precisa também lidar com a nova escola e as novas amizades que tenta construir ao longo dessa sua jornada.

O grande problema do filme é exatamente tratar tudo isso da forma mais superficial possível. Além de fazer isso com a história, a produção faz exatamente a mesma coisa com todos os gêneros de filmes que se propôs a colocar no roteiro do longa. A produção não consegue ser tão engraçada nos momentos de comédia, não consegue ser tão assustadora nos momentos de tensão e muito menos tratar dos problemas reais que os personagens mais velhos passaram na Segunda Guerra Mundial, ou mesmo os problemas de bullying que o jovem protagonista sofre no colégio. Todos os temas abordados em O Mistério do Relógio na Parede são introduzidos e desenvolvidos da forma mais genérica possível.

Das poucas coisas que conseguem ser salvas no filme, uma delas está na atuação do seu trio principal. O destaque maior, como era de se esperar, fica com Cate Blanchett. Mais uma vez ela mostra que pode fazer qualquer tipo de papel na sua maravilha carreira. Além das atuações, os efeitos especiais são bem trabalhos, coloridos e que lembram muito os filmes de antigamente, e isso ajuda muito na ambientação de uma história que se passa na década de 50.

Infelizmente as atuações seguras e bons efeitos especiais não são o bastante para um filme que se torna entediante durante a sua maior parte, e principalmente, não tenta trazer o melhor de cada gênero que apostou em misturar. No fim das contas, é mais um filme genérico em um cinema em que bruxos , feiticeiros e magia se tornaram elementos igualmente comuns.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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