Crítica | O Sol Também é Uma Estrela (The Sun Is Also A Star)

Nota

Natasha é uma jovem extremamente pragmática, ela não acredita em destino, apenas em fatos explicados pela ciência. Em menos de doze horas, a sua família será deportada para a Jamaica, mas antes que isso aconteça ela encontra Daniel, que também está passando por um dia decisivo na sua vida, pois precisa definir o seu futuro como estudante de Medicina. Tudo isso começa a ser questionado quando ele se apaixona subitamente, colocando todas as suas convicções em cheque.

Nessa quinta feira (16) estreia nos cinemas brasileiros o romance O Sol Também é Uma Estrela. Dirigido pela americana Ry Russo-Young e estrelado por Yara Shahidi e Charles Melton, a produção tenta retratar a história de dois jovens que se conhecem possivelmente no pior momento das suas vidas. Claro que isso não é nenhuma novidade quando se trata de um romance adolescente, e aqui, ao que tudo aparente, o longa se rende a todo e qualquer tipo de clichê. O termo “se apaixona subitamente” utilizado na sinopse oficial, com certeza se encaixa perfeitamente com o que vemos na tela, pois, é difícil comprar a história de um amor que se inicia simplesmente por conta de uma frase estampada num casaco.

O uso abusivo dos clichês não é o único problema que temos estampados nessa história. O longa aparentemente não tem muito o que dizer ao espectador e, por isso mesmo, quem for assistir, perceberá que a cada duas cenas com diálogos vazios a produção apresenta o que parece ser um miniclipe musical, onde coloca uma boa música de fundo e exibe a cidade de Nova York, a diversidade de seus habitantes e tudo mais. Se isso tivesse sido um recurso utilizado apenas uma ou duas vezes, tudo bem, mas o filme parece que tenta preencher um vazio no seu roteiro e na paixão sem sentido dos seus personagens.

Infelizmente, apesar do bom trabalho dos dois jovens atores, eles não conseguem segurar a falta de material para trabalhar no roteiro da produção. Os dois se esforçam ao máximo para tentar extrair uma química que faça sentido para dois adolescentes que acabaram de se conhecer. Além disso, o filme poderia ter ganho um pouco mais de conteúdo se soubesse trabalhar o arco de personagens coadjuvantes; contudo, se nem a história do casal principal prende a atenção, imagine a dos demais.

O sol também é uma estrela traz uma história sem sentido e por muitas vezes vazia na forma em que ela é apresentada para o espectador. O filme tenta ser mais um dos inúmeros romances feitos para agradar o público infanto-juvenil; contudo, acredito que não terá o mesmo sucesso de, por exemplo, um longa A Cinco Passos de Você.