Crítica | Os Caça-Fantasmas 2 (Ghostbusters II)

Nota
3.5

“Quem você vai chamar? Os Caça-Fantasmas!”

Cinco anos se passaram desde a batalha contra Gozer, o que fez todas as atividades paranormais de Nova York sumirem e encerrou de vez a carreira dos Caça-Fantasmas. Agora, depois que perderam a licença de investigadores, Ray Winston passaram a trabalhar como animadores de festa, quando Ray não está trabalhando em sua livraria, Peter se tornou apresentador de um programa sobre o sobrenatural e Egon voltou a trabalhar como professor universitário, comandando pesquisas mais cientificas. Mas tudo muda quando Dana, que agora é uma mãe solteira, cruza com novas atividades paranormais quando uma gosma, que começa a surgir pelas ruas de Nova York, tentam pegar seu bebê, Oscar. Agora cabe ao quarteto se reunir novamente, enfrentar a descrença geral e salvar a cidade de mais um ataque fantasma apocalíptico, dessa vez causado pelo retorno de Vigo, um perigoso ditador do século XVI.

Depois do sucesso incrível que o filme original teve em 1984, que se tornou ainda maior com seu relançamento em 1985, e do sucesso da série animada The Real Ghostbusters, a Columbia Pictures decidiu encomendar uma sequência para 1989, mesmo a contragosto do trio criador. Por insistência do estúdio, Dan Aykroyd e Harold Ramis aceitaram escrever o novo roteiro e Ivan Reitman aceitou retornar na direção, uma mobilização que convocou o retorno de todo o elenco do original, que topou imediatamente (mesmo que alguns deles já estivessem envolvidos em outros projetos). O roteiro mais uma vez passou por algumas edições finais, tendo várias cenas cortadas, mas acabou tendo sua versão completa sendo lançada posteriormente em uma adaptação em forma de HQ. Trazendo uma nova roupagem completa para o longa, a volta do elenco chegou até a reestruturar alguns antigos personagens, que fizeram sucesso no primeiro filme, para retornar com mais tempo de tela e uma maior conexão com o grupo, como é o caso de Dana, Louis e do Prefeito Lenny, trio que apareceu de forma passageira no primeiro filme e agora voltam com maior importância, sendo Dana novamente o ponto de conexão entre o vilão principal e o grupo, Louis o advogado do grupo e interesse amoroso para Janine e o Prefeito adicionando a urgência do processo de candidatura, onde cada ação que ele faça pode ter um grande peso em sua campanha, inclusive acreditar num grupo de malucos ou deixar que a cidade seja tomada por uma nova onda de aparições fantasmagóricas.

Bill Murray novamente interpreta o galanteador e charlatão Peter, é dele o arco romântico que preenche as brechas que surgem no roteiro, nos levando a presenciar uma evolução ainda maior do seu personagem, que agora entende os seus erros e já pagou o preço de ter deixado Dana escapar, nos cativando com suas investidas na ex-namorada e nas doces cenas que ele compartilha com Oscar. Sigourney Weaver ganha ainda mais importância nessa trama, além de todas as cenas envolvendo a evolução de Peter, sua personagem vive uma luta por conta das investidas de Vigo, que deseja capturar o seu bebê para completar o seu ritual de renascimento. Dan Aykroyd e Harold Ramis voltam no papel de Ray e Egon, respectivamente, mas não possuem muito desenvolvimento no roteiro, eles continuam sendo a mente por trás do grupo e a fonte de todas as descobertas cientificas que projetam o enredo adiante, mas seus personagens não possuem tramas próprias e nem espaço para evolução. Ernie Hudson retorna no papel de Winston, mas ele se torna só mais um dos que não tem muito espaço de tela, tendo uma presença ainda menor do que a dos roteiristas do longa. Já a trama de Rick Moranis e Annie Potts, que interpretam, respectivamente, Louis e Janine, ganha uma projeção enorme. Janine volta mais enérgica, como se sentisse falta de trabalhar como secretária do quarteto, e a convivência com Louis torna suas cenas ainda mais envolventes, principalmente por conta do jeito tímido do advogado, dando às cenas da dupla muito mais humor.

Voltando com o elenco e a trilha característica, Ghostbusters II surge como uma grande homenagem a seu antecessor ao mesmo tempo que se torna uma sequencia um pouco forçada, criando situações oportunas em paralelo com a construção de um envolvente novo enredo. Com direito até a participações que deixam um sorriso em nossos rostos, como é o caso da aparição de Geleia e a escalação de Brian Doyle-Murray para uma rápida ponta, o longa entrega uma sensação de volta ao lar, mesmo que fique claro que nem tudo está como lembrávamos. Infelizmente o longa não consegue honrar nossa memória afetiva, entregando uma história mais fraca, que se desenrola de uma forma arrastada e possui um vilão que não é muito bem desenvolvido, se salvando pelo carisma de Murray e pelas hilárias reações de Moranis, duas figuras que carregam todo o humor da produção e a salvam de uma derrocada ainda maior. Tendo tido a grande sorte de chamar atenção na época, o longa acabou alcançando o marco de se tornar a segunda maior bilheteria em semana de estreia daquele ano.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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