Crítica | Pokémon 4: Viajantes do Tempo (Pokémon 4Ever)

Nota
4

“Prestem atenção a voz da floresta, e se a ouvirem não se mexam… ou não iram escapar.”

No coração da verdejante Floresta de Ilex, mora um dos mais misteriosos e enigmáticos pokémon que já existiu. Celebi, conhecido como a voz da floresta, vive calmamente entre as árvores, repousando no brilhante lago da vida e, ocasionalmente, dando saltos temporais. Reza a lenda que, caso você escute a voz da floresta, deve permanecer parado ou pode ser puxado para uma dessas viagens temporais sem garantia de retorno.

Sam está prestes a descobrir isso da pior maneira. O jovem treinador chega a borda da floresta e logo é avisado sobre os perigos que ela guarda. Determinado a conhecer os mistérios e belezas do lugar, ele adentra a labirinto verdejante e começa a desenhar os monstrinhos que encontrar até se deparar com o próprio guardião da floresta, sendo perseguido por um Caçador Pokémon que deseja captura-lo. Procurando proteger o pokémon, Sam o toma em seus braços e foge desesperado floresta adentro até se ver encurralado em um santuário no centro da floresta. Desesperado, ele observa com espanto Celebi emitir um brilho poderoso que os envolve e os faz desaparecer deixando apenas seu caderno para trás…

40 anos depois, Ash, Pikachu, Misty e Brock continuam sua jornada pela maravilhosa região de Johto. Após quase perder a balsa por estar batalhando (como de costume), o treinador da cidade de Pallet é resgatado pelo guia turístico Towa, que os convida a conhecer a floresta Ilex e seus maravilhosos pokémon. Animados, os companheiros avistam o majestoso Suicune, o cão lendário da água, e ficam maravilhados com as possibilidades que a aventura lhes reserva. Chegando ao portal que divide a floresta, o grupo recebe um sinistro aviso sobre o guardião da floresta e seus encantos, e como pode ser perigoso adentrar as suas fronteiras.

Ignorando as lendas locais, Ash e seus amigos começam a andar pelo local até aceitarem um estranho evento, que faz toda a folhagem brilhar em uma coloração pouco natural. Perseguindo Pikachu, o grupo encontra um garoto caído em frente ao velho altar e o resgatam trazendo-o de volta a vila. O que eles não esperavam é que o garoto fosse Sam, o treinador desaparecido há 40 anos. Sam então lhes conta tudo o que aconteceu e implora para que eles o ajudem a resgatar Celebi, que ainda deve estar bastante machucado e assustado com o ocorrido.

Enquanto isso, Marauder pressiona o antigo caçador para descobrir a localização da voz da floresta. Determinado a capturar o mítico pokémon em uma bola negra, que aumenta o nível de força e transforma a personalidade daqueles que captura, o mascarado da Equipe Rocket parte em direção a misteriosa floresta. Seria Ash e Sam capazes de impedir os planos malignos do novo caçador ou estariam eles destinados a observar a ruína da tranquilidade do paraíso que acabaram de conhecer?

A franquia Pokémon segue firme e forte e, mesmo após alguns deslizes infelizes, tenta expandir sua mitologia e trazer novos contextos à sua franquia. Depois do desastroso terceiro filme, os monstrinhos mais amados do planeta entram em uma nova jornada cinematografia que, embora pareça parada, traz uma mensagem emocionante e poderosa à franquia. Dirigido por Kunihiko Yuyama e Jim Malone, e roteirizado por Hideki Sonoda, Pokémon 4 – Viajantes do Tempo dá continuidade à historia de Ash e seus amigos, em uma aventura encantadora que tem tudo para atravessar gerações.

Durante toda a temporada na região, somos bombardeados com informações extremamente importantes sobre o impacto que temos na natureza e o fino equilíbrio que todos temos com o ambiente em que vivemos e, no quarto filme da franquia, isso se torna mais evidente. Sim, ainda temos questões como viagens no tempo e laços duradouros que atravessam gerações, mas o maior ensinamento do filme é a proteção ambiental. É tocante acompanhar o quão perigoso pode ser a destruição de um ambiente pacífico e saudável, e acompanhar as consequências desastrosas dos atos egoístas do ser humano (tão presentes na franquia) nos machuca de forma profunda e avassaladora.

Não é a toa que acompanhamos cenas belíssimas na floresta, criando um laço de paz e tranquilidade apenas para sermos destruídos no ápice do longa. Sofremos junto com os personagens e torcemos profundamente para que o melhor aconteça, mesmo quando tudo mais parece sombrio e sem esperanças. O longa consegue mesclar bem os efeitos 3D com o magnífico 2D da franquia, mas ainda apresenta problemas e não é o melhor exemplo de qualidade visual. A história é interessante e sabe como colocar seus elementos, embora alguns sejam mal utilizados e acabem sobrando na trama. Essa dualidade aparece constantemente no longa, mostrando que é bom mas que poderia melhorar, e muito, ao longo da sua produção.

Celebi, a peça central da trama é carismático e adorável. Repleto de uma doçura comparável a do magnifico Mew, o monstrinho nos conquista logo em seus primeiros minutos de tela. Poderoso, brincalhão e extremamente fofo, ele conduz bem a trama e nos faz mergulhar de cabeça no que nos é mostrado. Suas interações com Ash, Pikachu e Sam são encantadoras, trazendo uma química palpável que nos engloba e desperta nosso carinho, mostrando que ele foi uma ótima escolha para se colocar como protagonista de um novo filme da franquia.

Ash e Sam tem uma ótima química e cria um laço poderoso e verdadeiro ao longo da trama. Dividindo igualmente o protagonismo humano da trama, a dupla traz momentos empolgantes que nos emocionam e diverte. Sam se mostra interessante desde o início, trazendo um novo frescor à trama e mostrando todas suas diferenças e semelhanças com o treinador atrapalhado de Pallet que, por sua vez, sabe quando recuar e deixar o companheiro brilhar na trama.

Marauder é um típico vilão. Ganancioso, egoísta e extremamente arrogante, o mascarado trabalha para a Equipe Rocket mas tem seus próprios planos em mente. Ela não se preocupa nem um pouco com o dano que pode causar, desde que cumpra seu objetivo e saia vitorioso da empreitada. A Equipe Rocket ganha um destaque maior nesse longa do que no seu antecessor, Jessie, James e Meowth se juntam ao vilão da trama para perseguir e capturar o Celebi, até perceberem que ele está indo longe demais e ultrapassando todos os limites possíveis para isso. Extremamente divertidos e carismáticos, o trio serve como alívio cômico enquanto nos ensina que até mesmo os vilões possuem seus limites para o mal.

Sendo um dos últimos filmes da franquia a entrar em uma sala de cinema, Pokémon 4 – Viajantes no Tempo agrada e emociona. Embora não tenha a mesma força que os primeiros dois filmes, tem uma mensagem poderosa que nos enche o coração, mostrando todo o potencial que a franquia ainda tem a nos apresentar. Atravessando gerações e se mostrando tão atual quanto no dia em que foi lançado, quase como se algum ser tivesse atravessado os portais temporais para nos contar algo que precisávamos aprender a muito tempo.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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