Crítica | Pokémon 5: Heróis (Pokémon Heroes)

Nota
3

Anos atrás, uma pequena ilha vivia pacificamente seus dias, até ser ameaçada por uma força sombria que destruía tudo que tocava. Desesperados, os moradores oraram para os céus enquanto viam seu lar ser devastado pelo toque sinistro até que dois jovens, recém salvos por um casal local, se revelaram ser algo a mais que pobre órfãos naufragados. Eles eram Latios e Latias, dois Pokémon Lendários que uniram seus poderes para destruir o mal que assolava o lugar.

Tendo usado toda sua força para proteger as pessoas que lhe mostraram compaixão, Latios se transformou em uma pequena esfera, chamada Joia da Alma, que foi entregue ao casal com a justificativa de proteger aquela ilha por toda eternidade. Transformada pela batalha, a ilha recebeu um novo nome e a harmonia voltou a reinar, enquanto seus guardiões secretos continuavam a observar com carinho o povo que lhe foi bondoso na antiguidade.

Nos dias atuais, Ash, Misty e Brock se encontram em meio um empolgante festival na cidade de Alta Maré. Famosa pelos seus inúmeros canais, a cidade organiza um evento anual que celebra o lendário pokémon salvador e os poderosos guardiões do local. Em meio aos inúmeros competidores da renomada corrida pelos canais, Ash e Misty disputam entre si. Mas estranhos acontecimentos desviam o rapaz de seu caminho, o levando a conhecer uma garota silenciosa que acaba sendo perseguida por duas mulheres.

São elas Annie e Oakley, agentes de elite da Equipe Rocket que procuram um segredo escondido na cidade… assim como seus poderosos guardiões. Confuso, Ash salva a garota mas acaba perdendo-a de vista, apenas para encontrá-la pouco depois. Curiosamente, a mesma não se lembra do garoto tratando-o com frieza e descaso. Curioso, o rapaz decide conversar com ela apenas para descobrir que existem duas versões da garota e uma delas é Latias, um dos protetores da cidade. Agora, sabendo do segredo escondido nas entranhas do local, Ash, Pikachu e seus amigos farão de tudo para proteger o tesouro escondido e impedir que uma nova catástrofe se aproxime da cidade fluvial.

Dirigido por Kunihiko Yuyama e roteirizado por Hideki Sonoda, Pokémon 5 – Heróis é o quinto filme da franquia Pokémon. Ao contrário de seus antecessores, o longa não teve tanta divulgação ou espaço, sendo exibido poucas vezes na tevê e nunca lançado em DVD, tornando-se o filme mais raro da franquia em solo brasileiro. Devido a isso, poucos são os fãs que realmente assistiram ou tiveram contato com a animação, tornando-a uma das menos lembradas em toda a geração de monstrinhos.

Nesse novo capítulo acompanhamos Ash e companhia em uma cidade extremamente bela, que se assemelha a nossa Veneza, tanto na estrutura quanto na ligação com a água. Sendo um filme de transição, o longa levanta vários questionamentos novos enquanto nos introduz aos novos monstrinhos da franquia. Não é a toa que avistamos vários pokémon desconhecidos que não faziam parte da temporada que acompanhamos até aqui. Inclusive, nossa dupla protagonista faz parte dessa nova leva, despertando nossa curiosidade sobre o que a franquia reserva.

Misturando bem o 3D com a animação 2D, o longa constrói cenários deslumbrante e uma ação magnífica, sabendo explorar bem sua tecnologia enquanto engrandece a beleza e delicadeza de tudo que propõe. Não é de se admirar a constante utilização de novos quadros e efeitos, trazendo uma nova vivacidade a franquia com seus novos ângulos empolgantes e ágeis.

Por falar em empolgantes, as batalhas aqui se mostram primorosas e frenéticas, trazendo novas camadas aos ataques dos monstrinhos que ganham novos efeitos e profundidade. Com uma liberdade mais autêntica que nos permite explorar fatores que a franquia animada ainda não tinha conseguido alcançar. São movimentos ágeis, cheios de cor e repletos de uma energia pulsante que nos fazem torcer e temer por aqueles que gostamos.

O longa também explora novos domínios, trazendo conceitos nunca explorados na animação. Embora tenha um perigo mais contido do que seus antecessores, o filme consegue nos chocar e comover com a mesma intensidade, trazendo novos sentimentos aquilo que já achávamos conhecer.

Embora sejam gêmeos, Latios e Latias tem personalidades distintas. O primeiro é protetor e cuidadoso, a segunda brincalhona e curiosa. Eles se complementam e trabalham bem como um todo, embora Latias tenha o maior destaque durante a narrativa. Com seu jeito doce e divertido, a lendária do momento consegue criar uma verdadeira ligação com Ash e o público, trazendo uma dinâmica interessante que nos encanta e conquista. É ela que sempre está a procura de aventuras a ponto de soar imprudente, despertando toda às reviravoltas do roteiro.

Ash é nosso avatar na história. O garoto é escolhido aleatoriamente para ter contato com os lendários, até entrar no seu modo herói sem motivo aparente. Então, mais uma vez, tem o destino de todos depositado em suas costas para cumprir um resgate heroico. Enquanto nos longas anteriores o protagonista teve um bom motivo para participar da ação, aqui ele parece estar no local certo na hora certa.

Misty e Brock pouco tem a acrescentar, servindo apenas como apoio emocional do rapaz. Enquanto a Equipe Rocket nem ao menos consegue ter contato com os protagonistas, sendo introduzidos aleatoriamente em algumas cenas para servir de alivio cômico para o público. Uma total falta de respeito com nosso amado trio de vilões.

As antagonistas da trama tem uma introdução interessante e, assim como os pokémon gêmeos, personalidades bastante peculiares. Annie deseja apenas ostentar a joia entre seus pertences, Oakley deseja todo o poder ali contigo. As parceiras trabalham para Giovanni e fazem parte da elite da organização, trazendo um contraste enorme com o trio habitual na sua forma de agir, pensar e até em seus movimentos, o que nos traz outra visão para a equipe.

Mesmo não sendo o mais conhecido dos filmes, Pokémon 5: Heróis consegue cumprir seu objetivo ao nos trazer uma aventura leve e divertida. Com um desfecho emocionante e arriscado, o longa consegue nos fazer chorar ao dar uma nova dimensão aos sacrifícios presentes dentro da franquia. Trazendo uma carga emocional completa, que permanece fresca em nossa memória mesmo depois dos belos créditos finais.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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