Crítica | Pokémon: O Filme 2000 – O Poder de Um (Pokémon: The Movie 2000 – The Power of One)

Nota
5

“Do fogo, gelo ou raio, não devem a harmonia perturbar, para que estes titãs não provoquem a destruição do mundo que a luta encerra, embora o guardião da água vá se levantar para a luta sufocar, somente sua música falhará, e assim, virará cinzas a terra. Ó escolhido, tuas mãos os três juntos devem guiar. Seus tesouros combinados, domam a Fera do Mar.”

Ash Ketchum, da cidade de Pallet, sonha em ser o maior mestre Pokémon que já existiu. Determinado a cumprir este sonho, o treinador viaja pelas ensolaradas Ilhas Laranja na companhia do seu inseparável Pikachu, da geniosa Misty e do observador Tracey, em busca de mais uma aventura em sua jornada. O que eles não esperavam é que a próxima aventura fosse a maior de suas vidas.

Giraldan, um excêntrico colecionador pokémon, prepara a sua última jogada para capturar a fera dos mares Lugia, mas, para isso, ele precisa prender o trio de pássaros lendários que habitam uma região remota do arquipélago laranja: Moltres, Zapdos e Articuno, guardiões do fogo, raio e gelo, e das forças elementais do mundo pokémon. A captura dos titãs causa um desequilíbrio no ecossistema mundial, trazendo uma tormenta jamais vista e irritando as forças primárias que entram em uma batalha sem precedentes, que pode destruir o mundo.

Eis que o guardião dos mares ressurge e tenta restaurar a harmonia entre os pássaros, destruída pela ganância humana, mas nem mesmo seu poder é capaz de deter as três feras irritadas no seu espirito caótico. Somente o escolhido pode recolher os três tesouros lendários e restaurar o equilíbrio natural, somente ele pode impedir a ira dos três titãs e ajudar Lugia em sua jornada… antes que o mundo seja reduzido a cinzas.

Pokémon é uma das franquias mais rentáveis do mundo e, pegando bem a onda das ilhas tropicais que sua segunda temporada trouxe aos fãs, não é de surpreender que seu novo longa trouxesse uma mensagem mais ecológica e nos fizesse refletir sobre nosso papel no planeta. Dirigido por Kunihiko Yuyama e roteirizado por Takeshi Shudo, Pokémon: O Filme 2000 – O Poder de Um aborda bem sua temática trazendo uma aventura ágil e eletrizante capaz de prender até o mais desatento dos telespectadores.

Com uma produção visual maravilhosa, o filme utiliza bem a sua temporada de transição e introduz não só os antigos, e amados, monstrinhos como alguns novos rosto que passariam a fazer parte do cotidiano dos amantes do anime. Não é de surpreender que o longa tenha como guardião o Slowking, monstrinho que nos causa estranheza apenas por sermos introduzidos a suas evoluções iniciais durantes as primeiras jornadas, mas ainda assim empolga o telespectador com o futuro da franquia.

O filme traz uma forte mensagem de proteção ao ecossistema, utilizando a forte ligação dos pokémon com a natureza para mostrar a importância da preservação do equilíbrio. Tudo ali é fielmente ligado, trazendo uma balança ambiental que (pasmem) é perturbada pela ganância humana que não entende, ou pouco liga, para o quão prejudicial são nossos atos com a natureza. O vilão, genérico a seu modo, apenas deseja alcançar seu objetivo pouco ligando para a destruição global que seus atos possam causar. Giraldan é rico, pomposo e cheio de si, tratando seres vivos como objetos a serem colecionáveis e encarando tudo como um jogo de xadrez, que só precisa da jogada certa para ser ganho.

Ash encara de vez a jornada do herói, sendo escolhido como o campeão que pode deter a desgraça que se abate sobre todos e sentindo, pela primeira vez, o peso da responsabilidade que lhe é jogada. O rapaz precisa não só salvar o mundo como lidar com suas inseguranças, trazendo a tona fragilidades que tenta esconder a todo custo para fazer o que acha certo. Ele duvida de si e de sua capacidade, retirando forças de seus companheiros que o motivam a prosseguir, mesmo que tudo pareça estar contra o garoto.

Misty ganha seu merecido destaque. Embora boa parte da trama seja com a velha piadinha de interesse romântico secreto entre ela e Ash, a garota se mostra uma companheira fiel que está com o amigo em todas as horas… mesmo quando ele não acredita em si mesmo. Misty traz boa parte da força do trio, demostrando ser uma ótima parceira de jornada e crescendo muito dentro da historia (coisa que vinha acontecendo desde o inicio da segunda temporada). Melody aparece para causar atrito entre os protagonistas e criar uma nova dinâmica entre eles, trazendo ótimas alfinetadas com a preocupação de Misty e ganhando o respeito da garota ao ver sua fibra e determinação.

A Equipe Rocket finalmente consegue seu lugar ao sol. Jessie, James e Meowth tem um arco de redenção maravilhoso no longa, trazendo de volta algo que estava sendo construindo durante sua jornada nas ilhas laranja. Mesmo não sendo os melhores no que faz, o trio antagonista encara bem o seu papel trazendo uma participação memorável que enche os olhos dos telespectadores.

Mas, como toda certeza, o grande destaque vai para Lugia. O novo Pokémon se mostra uma das melhores escolhas para o filme. Poderoso, gentil e extremamente memorável, o guardião dos mares traz todo o mistério e potência que esperamos de um ser lendário, além de aprofundar ainda mais a segunda geração que em breve seria adaptada para o anime. Junto com suas criações, os pássaros lendários, o Pokémon dá um show a parte, e nos emociona nos momentos certos.

E, por falar em emoções, o segundo filme tem uma das trilhas mais aclamadas da franquia. Com um tema poderoso que contém os momentos magistrais, o longa nos encanta de uma maneira tão profunda que se torna impossível não escutar os acordes de The Power of One e não sair emocionado.

Poderoso, bem construído e simplesmente épico, Pokémon: O Filme 2000 – O Poder de Um traz uma das melhores aventuras da franquia. Utilizando seu espaço para despertar questionamentos latentes, o filme aborda, de sua maneira, temas ainda tão atuais quanto na época em que foi feito. Mostrando que nós, mesmo que aos poucos, podemos fazer uma mudança significativa no mundo, e que uma pessoa pode sim mudar o mundo de uma vez por todas.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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