Crítica | Pokémon, o Filme: O Poder de Todos (Pocket Monsters the Movie: Everyone’s Story)

Nota
5

Na cidade de Fura, está acontecendo o tão aguardado festival do vento, que, segundo as lendas, foi originado de uma promessa feita com Lugia. A cidade nem sempre foi próspera; na verdade, era um lugar árido. Porém, as pessoas e os pokémons viviam ajudando uns aos outros para o desenvolvimento da vila. Por isso, tocado por esse vínculo, o senhor dos mares prometeu trazer o vento para esta terra, assim a cidade poderia se desenvolver usando a fonte natural de energia. Agora, todos os anos, Lugia aparece na cidade para confirmar se o vínculo entre humanos e pokémons continua intacto, renovando a promessa feita no passado.

Há 50 anos, um grande incêndio se alastrou na montanha próxima da cidade, trazendo um desequilíbrio entre seus moradores e os Pokémons. Reza a lenda que Zeraora, um Pokémon mítico que vivia na região, pereceu entre as chamas enquanto tentava salvar seus companheiros. Antes de morrer, Zeraora lançou uma maldição sobre o local. Toda e qualquer pessoa teria sua vida arruinada e a cidade seria destruída por um desastre caso alguém, que não fosse um Pokémon, botasse os pés na montanha.

É justamente neste festival que Lisa, a pedido de seu irmão, vai procurar e capturar um pokémon para ele. E Kagachi vai divertir sua sobrinha, mesmo que para isso tenha que inventar algumas mentiras. E Trito, um cientista extremamente tímido, precisa apresentar os resultados de sua pesquisa. Neste festival, Hisui, a anciã, começa a ser seguida pelos pokémons que tanto odeia. E Largo, a filha do prefeito, precisa ajudar um amigo necessitado. Por fim, é onde Ash e Pikachu buscam sua próxima aventura. É em Fura, a cidade onde as pessoas que vivem em harmonia com o vento que as histórias dessas pessoas tão diferentes irão se cruzar.

Em Pokémon, o Filme: O Poder de Todos, vemos como os produtores resolveram renovar cada vez mais a franquia, com traços mais delicados. O Satoshi Shimohira surpreendeu nos detalhes, trazendo mais profundidade para seus personagens. Mesmo com seis protagonistas, o enredo não ficou confuso ou carregado demais; na verdade, cada história se completa, tornando o filme agradável de se ver. A trilha sonora também não deixa a desejar, apenas acrescentando profundidade a trama.  Vale ressaltar também a beleza da letra da música Breath, usada no encerramento do longa, que fala sobre tomar o seu tempo quando necessário.

Lisa era corredora, nunca teve tempo para os pokémons. Após sofrer um acidente, ela nunca mais correu por medo de se machucar novamente e se viu extremamente surpreendida pelo pedido de seu irmão. É interessante ver o desenvolvimento da personagem e como seus medos afetam no seu dia a dia. Kagachi é um artista de rua, nunca viu problema algum em contar mentiras e ainda mais se for para fazer a sua sobrinha rir; ele começa a mudar quando se vê cercado por suas mentiras e precisa tomar uma atitude. Trito é um excelente pesquisador pokémon, sua pesquisa obteve excelentes resultados e agora vai ser apresentada, seus problemas começam quando a pessoa que ia apresentar não pode comparecer ao evento. Assim, ele tem que enfrentar seus medos e procurar uma solução para o problema.

Hisui é a mulher mais velha da cidade que vive em contato direto com a prefeitura, devido a um problema do passado. A anciã odeia os pokémons, mas se vê em apuros após derramar sobre si um pouco do extrato de um ataque que atrai as criaturinhas, sendo assim seguida por aqueles que tanto odeia e tendo que lidar com isso. Largo, é uma garotinha doce e amável, vai todos os dias à montanha, mesmo sendo proibido, para brincar e alimentar os pokémons com quem fez amizade. E o Ash é o elemento de união das histórias, ele faz com que todos se sintam mais confiantes para poder resolverem seus problemas pessoais, mostrando ser não apenas o protagonista, mas alguém realmente relevante para a trama.

Em Pokémon, o Filme: O Poder de Todos, vemos uma tendência diferente do padrão dos filmes anteriores. Aqui, o longa conta a história de todos e como juntos conseguimos resolver qualquer problema. Uma pena não ter tido o mesmo empenho que seu antecessor em divulgação, fazendo com que ficasse apagado em relação aos outros, mas, mesmo assim, consegue entrar no hall dos melhores filmes da franquia, mostrando-nos que a força da união é mais forte que o protagonismo seletivo.

Graduado em Biológicas, antenado no mundo geek, talvez um pouco louco mas somos todos aqui!

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