Crítica | Polar

Nota
1

Duncan Vizla (Mads Mikkelsen) é um dos maiores assassinos de aluguel do mundo, mas, por conta de sua exaustão física e mental, ele decide se aposentar, pois, sua profissão exige boa forma e isso ele já não tem há algum tempo… No entanto, seus planos são interrompidos quando seu antigo chefe o convoca para uma missão trabalhosa. Ele precisa liquidar uma trupe de jovens assassinos sanguinários, mas a tarefa se mostra cada vez mais difícil.

Duncan trabalhou por décadas para uma grande empresa internacional de assassinos e receberá cerca de oito milhões de dólares de aposentadoria, a não ser que morra sem deixar herdeiros. Neste caso, a empresa se torna a única beneficiária do falecido e o grande chefão Blut (Matt Lucas) por trás da companhia tem a brilhante ideia de mandar os próprios assassinos da empresa assassinarem os aposentados e, assim, colocar mais uma grana no bolso.

Michael Green (Johnny Knoxville), Sindy (Ruby O. Fee), Porter (Richard Dreyfuss) e Karl (Robert Maillet) fazem uma busca incansável para localizar o Duncan e o assassiná-lo, para que assim consigam completar a missão que foi dada para a empresa e receberem suas recompensas após isso.

Durante uma ida ao mercado, Duncan conhece uma moça chamada Camille (Vanessa Hudgens), ao reconhecer sua alma traumatizada ele então decide proteger a moça. Afastado da cidade, Duncan da todos os cuidados necessários para Camille, pois o mesmo cometeu erros no passado ao qual Camille foi a principal afetada e mesmo com sede de vingança ela é frágil e não consegue a tão sonhada vingança.

O longa é uma adaptação dos quadrinhos para o cinema que muitas vezes se perde num roteiro desconexo com violência e nudez. O Mikklesen deu vida ao longa, mesmo com suas falhas, pois a vivência do Duncan acaba sendo memorável com base na atuação do protagonista, trata-se de um homem frio e reservado, mas que guarda camadas dentro de si. E o ator procura explorá-las, porém o roteiro não dá espaço para que ele realmente tenha o que mostrar além do porte físico.

A fotografia do longa é algo que proporciona uma boa experiência ao espectador. As imagens frias se conectam com a Duncan e seu traje preto. O posicionamento da câmera e rotações tornam também a experiência ainda melhor. Muitos itens deixaram a desejar, os figurinos escolhidos para dar vida aos personagens soam como patéticos por ser exagerado ou espalhafatoso em algumas situações que acaba criando um contraste estranho e extremamente artificial.

As cenas de luta foram bem trabalhadas e esse talvez possa ser considerado o único ponto forte do longa. Mostrando o Duncan como personagem indestrutível, a produção propõe cenas que já eram de se esperar a sobrevivência de seu protagonista, isso não causou tanta tensão ao espectador e nem o manteve ansioso sobre o que estava por vir.

Polar é um longa que não propõe expectativas, existem poucos momentos que seus personagens podem ser bem trabalhados, porém os atores não entregam seus papeis com certa profundidade. Carregando bons elementos sonoros e poucos visuais com estéticas que chegam a incomodar por conta de seus figurinos, Polar é uma aposta e uma pequena prova de que a Netflix está saindo de sua zona de conforto ao produzir filmes de ação.

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *