Crítica | Satânico (Satanic)

Nota
2

“O inferno não é um local. É uma linda confusão”

ChloeDavidSethElise saem numa viagem a Los Angeles para conhecer a casa onde Sharon Tate foi assassinada, aficionados por rituais satânicos, eles acabam sendo atraídos até o local onde testemunham um misterioso culto, onde acabam salvando a vida de Alice, que seria sacrificada se não fosse pela intervenção do grupo, que logo a abriga e descobre que essa jovem é muito mais perigosa do que imaginavam.

Seguindo duas premissas que poderiam gerar filmes de terror espetaculares, o longa dirigido por Jeffrey G. Hunt consegue ser tudo menos um filme bom de se assistir. Perdendo o timing o tempo todo, o terror do longa surge apenas 45 minutos depois do filme realmente iniciar, mas não consegue se sustentar no decorrer da trama. Vemos o terror surgir em tela e estar pronto para ascender e nos envolver, mas todas as deixas são abandonadas e a tensão vai esfriando, o que impede que outra cena ascendente seja realmente degustada. Vamos nesse ritmo por quase a trama inteira, chegando a um momento em que o terror começa a se desenvolver e ascender, criando uma das melhores cenas de plot twist, mas se revelando logo em seguida ser os 10 minutos finais do filme.

Se o longa soube escolher bem seus cenários, o diretor não soube como aproveita-lo o suficiente. Os figurantes ‘satanistas’ se desenvolvem bem na trama, mas no momento de ápice (a cena do ritual) eles são mega mal aproveitados, restando toda a carga representativa para Sophie Dalah, que rapidamente se torna o destaque do longa. Sophie traz em Alice tantas facetas que pode nos surpreender, temos a frágil Alice do culto, a rebelde Alice da lanchonete, a inocente Alice da praça, a intensa Alice da festa e a macabra Alice do ritual, são tantas Alices que a atriz se mostrou capaz de dividir perfeitamente, como camadas que fossem sendo reveladas a medida que a personagem se aproxima mais do quarteto protagonista.

Infelizmente as atuações de Sarah HylandClara MametJustin Chon Steven Krueger, além do roteiro de Anthony Jaswinski, não abrilhantam em nada o longa, tornando a experiencia monótona e tediosa a ponto de nos levar a ficar em dúvida entre finalizar o filme e desistir pra achar algo melhor. Talvez a grande falha do filme tenham sido duas, a primeira é não saber usar bem o tempo, deixando muito tempo para introdução e pouquíssimo tempo pra o terror, e a segunda é a inaptidão de aproveitar uma boa premissa. O longa começa com uma premissa que nos leva a crer que veremos um terror envolvendo o que aconteceu com Sharon Tate, mas perde a deixa e foge para uma nova premissa, baseada no ritual de Alice, que logo se perde de novo e ficamos nesse barco sem rumo.

Dizer que Satânico está completamente perdido é um exagero, é preciso esforço e tato, mas dá para ver as diversas possibilidades que o filme possui, mas não é só de potencial que se vive a industria cinematográfica, e no momento que o filme de Hunt jogou toda a premissa para o ar e se perdeu num roteiro de arrudeios, o terror foi condenado imediatamente ao fracasso.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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