Crítica | Shazam! Fúria dos Deuses (Shazam! Fury of the Gods)

Nota
4.5

Em que ponto hoje se encontra o DCEU? Ainda é difícil de saber sua real situação e sobre o futuro do personagem, porém mesmo assim seu filme foi lançado em meio ao turbilhão do recomeço de universo de James Gunn. O longa é a continuação do filme de 2019, com mais orçamento e uma introdução de mitologia que vai além de seus núcleos. O ínicio nos apresenta, de cara, Hespera e Kalypso, as vilãs interpretadas por Ellen Mirrem e Lucy Liu que, assim como muitos personagens da DC, são inspiradas na mitologia greco-romana, roubando ou tomando de volta um artefato mágico. O filme então corta para nosso protagonista, interpretado por Zackery Levi, em uma interação com sua família superpoderosa, além de sua contraparte adolescente, ator que claramente tem seus 20 anos, mas é preciso deixar a descrença de lado pra se permitir gostar da fantasia.

Meu personagem favorito do filme anteriorFreddy, tem bem mais destaque nesse filme, Zack Dylan faz um Freddy carismático e carrega os diálogos mais engraçados do filme, è preciso ainda dar o destaque necessário para Rachel Zegler (Amor, Sublime Amor) transpondo Anthea, filha mais nova de Atlas, às telas. O casal do filme está feito, e esse pode sim ser considerado o núcleo principal do filme, temos ainda o retorno do Mago Shazam e outros elementos que deixam filme carregado de humor, aquele humor mais bobo como o de Thor: Ragnarok. A ação claramente dita foi bem mais trabalhada nesse filme, e é notória ao longo do segundo e terceiro ato do filme, já que houve mais orçamento e David F. Sandeberg aprendeu com os erros do antecessor, trazendo uma elaboração e escopo nas cenas de ação.

Com tantos personagens com superpoderes no filme, a salada está feita, afinal de contas Shazam sempre é sobre família, e claramente há um desenvolvimento de personagens que não houve em Adão Negro. Com apenas 2h e 5 minutos de duração, o filme entrega uma batalha final com uma CG bem descente, temos uma mudança na coloração que deixa a paleta mais densa, takes de câmera lenta lembram recursos de Zack Snyder, além da presença de unicórnios no filme, que exaltam ao espectador que abraçe o bizarro, que esse é um filme pra se divertir em uma boa sessão da tarde, e não um filme cultural como Pantera Negra, Vingadores, The Batman, enfim, vemos vários heróis sem os poderes e apenas Billy Batson, o próprio Shazam, partindo para o confronto final em uma redoma, em tons mais escuros, a batalha final chega ao fim em momentos e trocas emocionantes. Diana, a nossa Mulher Maravilha da Gal Gadot, ainda aparece como um bálsamo de luz e magia, é um cameo rápido, porém que da sua importância final à história, visto que referências à personagem foram sentidas nas piadas ao longo do filme.

Divertido e heroico como tem que ser, Shazam! Fúria dos Deuses não precisa ser a última bolacha do pacote para ser bom ou fazer funcionar, basta a simplicidade de fazer o básico, o feijão com arroz. Espero ver o personagem no futuro da DC, algo que deve depender da bilheteria e da boa vontade de James Gunn ou de David Zaslav (presidente da Warner Bros. Discovery). As duas cenas pós-créditos são sugestivas, deixando duvidas quanto ao futuro dos personagens no universo e na DC.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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