Crítica | Sing 2

Nota
4.5

“Essa aqui é a capital mundial do entretenimento”

Depois de salvar o New Moon Theater, é o momento de Buster Moon e seu novo elenco se aventurarem em novos oceanos, viajando para a glamourosa cidade de Redshore, mesmo depois de terem sido rejeitados por uma olheira, para se infiltrar na audição para conquistar Jimmy Crystal e se tornar a nova atração do Crystal Tower Theater, um luxuoso teatro parte do conglomerado da Crystal Entertainment. Em meio a toda a confusão da audição, Buster acaba prometendo ao perigoso magnata um musical de ficção cientifica com a presença do lendário Clay Calloway, uma lenda do rock que despareceu dos palcos e se isolou do mundo há cerca de 15 anos.

Quando Sing foi lançado em 2016, fomos arrebatados por sua trilha maravilhosa e seu divertido roteiro, mas o filme ainda deixava muito a desejar e tinha muitos pontos a melhorar. Cinco anos se passaram e Garth Jennings volta, depois até dos percalços da pandemia, com um novo roteiro e assumindo novamente a direção, para apresentar os personagens que nos conquistaram para uma nova aventura e para nos apresentar novos personagens icônicos. Sing foi uma história de superação e de amadurecimento, mas eis que chegamos a Sing 2 para uma história de evolução, de profissionalização e de busca pela coragem, cada um dos protagonistas do longa encontram novos desafios na voraz Redshore, o que os faz precisar encarar seus demônios para se libertar das amarras do medo e subir um degrau na carreira que tanto querem trilhar, isso tudo em paralelo com a trama emocional que o longa oferece.

Buster Moon (Matthew McConaughey/Marcelo Garcia) é a mente que puxa todos os protagonistas por essa jornada, é ele quem decide se arriscar indo para a nova cidade e se infiltrando na audição, uma busca que o faz mentir e lutar para conquistar seus sonhos. Rosita (Reese Witherspoon/Mariana Ximenes) encontra na viagem para Redshore a nova parte de seu sonho se realizando, é a chance de ela se tornar a protagonista de um grande show, mas ela encontra um gigantesco obstáculo ao perceber que tem medo de altura durante o ensaio de uma das principais cenas do show. Ash (Scarlett Johansson/Wanessa Camargo) está em busca de novos horizontes, e a viagem para Redshore se torna a melhor oportunidade, principalmente pelo fato de ela ser uma grande fã de Clay e a maior arma que Buster possui para encontrar o cantor exilado. Meena (Tori Kelly/Sandy) enfrente mais um obstáculo por conta da sua timidez, ela é escolhida para protagonizar uma cena romântica e precisa aprender como expressar o amor no palco, um grande desafio enorme para uma garota que nunca namorou com ninguém. Johnny (Taron Egerton/Fiuk) precisa enfrentar seu próprio desafio na forma de sua cena de dança, ele precisa protagonizar uma cena de batalha coreografada quando tem a maior inaptidão possivel, e tudo só piora por conta de seu coreografo carrasco. Os dilemas ainda atingem Clay Calloway (Bono/Paulo Ricardo) que entra no show para enfrentar seu próprio dilema interno, como voltar aos palcos depois que a razão de sua alegria, sua esposa, faleceu? Como cantar as músicas que refletem seu amor por ela agora que ela não pode estar ao seu lado?

Com uma duração de quase duas horas, Sing 2 nos entrega um crescimento palpável em relação ao seu antecessor, vemos uma trama muito mais estruturada, com uma moral muito mais clara e uma série de performances envolventes, apesar de termos um grande problema ao vermos que uma produção intitulada ‘Sing’ não possui muitas canções nas vozes do elenco estelar, mesmo que seja inegável que o longa é dotado de uma trilha sonora espetacular. O longa abraça a linguagem das séries e nos apresenta múltiplos conflitos individuais tecendo uma estrutura única, algo que é engrandecido pelas maravilhosas performances de “A Sky Full of Stars”, que ganha um novo tom na voz de Egerton; “I Say a Little Prayer”, que fica magico no dueto de Tori Kelly com Pharrell Williams; ou “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, que vai no fundo de nossa alma durante o maravilhoso dueto de Scarlett Johansson e Bono. Além de seu elenco marcante, a produção ainda ganha tons envolventes com as adições ao elenco, como é o caso de Nooshy (Letitia Wright/Any Gabrielly) e Porsha (Halsey/Lexa), que podem não ter muito destaque no longa, mas protagonizam cenas essenciais para o desenrolar do plot principal. No final das contas, o longa cumpre sua missão de cativar públicos variados, entregando agitação e cores para capturar as crianças ao lado de músicas nostálgicas e uma emoção moralizada para cativar os adultos.

“Ai, eu me amarro em fixação científica!”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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