Nota
“Vocês podem amar? Achei que fosse proibido para um Jedi.”
Dez anos após a morte de Qui-Gon Jinn e a Palpatine se tornar o novo Chanceler da República, a galáxia está à beira de uma guerra civil, que vem sendo incentivada pelo Conde Dookan (originalmente Dooku), um ex-Mestre Jedi, e resultou numa tentativa de assassinato contra a Senadora Padmé Amidala. Para a proteção da Senadora, Obi-Wan Kenobi é convocado para investigar os responsáveis pelo atentado, fazendo com que o Mestre Jedi traga seu Padawan, Anakin Skywalker, para se tornar o protetor pessoal da Senadora, o que os leva a testemunhar a ascensão das Guerras Clônicas, uma nova grande ameaça à galáxia.
Tendo sido planejado desde 2000, logo após a estréia de A Ameaça Fantasma, o Episódio II de Star Wars chega aos cinemas em 16 de maio de 2002, sendo bem mais objetivo nas tramas políticas que rondam a, cada vez mais possivel, queda da República. A trama consegue se dividir bem definidamente entre suas tramas, temos de um lado a trama política do Conselho Jedi, buscando orientar a jovem Senadora na sua luta por defender a Galáxia, e do outro trama politica da galáxia, que leva a vida de Padmé a estar em risco e sua luta democrática a ser cada vez mais relevante. Seguindo em paralelo com todas essas tramas politicas, temos a aproximação afetiva que começa a surgir entre Padmé e Anakin, com a ex-rainha de Naboo colocando a mão na massa para lutar com todas as suas forças ao lado do Jedi de Tatooine.
Ao assistir Ataque dos Clones, fica clara uma evolução do roteiro se compararmos com seu antecessor, o que não é uma proeza tão complicada de alcançar. No novo longa é possivel ver muito mais personalidade em Mace Windu, personagem de Samuel L. Jackson, que entra de cabeça nas batalhas ao lado de Padmé e surge como um perfeito contra-ponto à vilania de Dookan, que é maravilhosamente interpretado por Christopher Lee. Com um planejamento intensamente detalhista, vemos o cuidado que a produção teve ao incluir os primeiros Troopers, que ainda eram soldados da República nessa época, e surgem lutando ao lado dos Jedi contra os Clones. Claro que o trio protagonista não pode deixar de ser elogiado, com bastante tato vemos uma melhoria no trabalho Ewan McGregor, Natalie Portman e uma revelação no trabalho do recém chegado Hayden Christensen, mas a evolução do trabalho dos atores ainda se mostra insuficiente frente a um roteiro tão cheio de falhas criado por George Lucas.
O longa é a prova de que Lucas não foi capaz de aprender com seus erros, criando uma complexidade desnecessária a todo o jogo politico e não tendo o tempo necessário para desenvolver as subtramas que envolvem o inicio do embate entre Jedis e Siths, levando a trama a uma das cenas com melhor potencial, onde poderíamos ser capaz de ver toda a maestria do Mestre Yoda em batalha, mas que acaba por ser resumido a uma intensa coreografia, cheia de CGI e com quase nenhuma emoção real. Temos uma carência de conhecer a trama por trás da evolução de Anakin, uma base que nos leve a conhecer o que levou o jovem da profecia a se tornar Darth Vader, mas fica claro que com tanta politica transbordando na tela, Lucas só teve tempo de mostrar o quanto a infantilidade de Anakin não diminuiu em nada nesses 10 anos, e que ele não tem espaço nenhum pra realmente exalar em tela uma conexão com seu mestre ou uma química com sua futura esposa.
No fim das contas fica claro que Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones quis, e muito, evoluir a trama e nos dar uma base para conhecer o inicio da trilha de Anakin para o lado sombrio, mas não chegou nem perto de mostrar esse plot, focando muito mais em mostrar a trila de Palpatine para construir o Império, em unir Anakin e Padmé numa relação prevista, mas que não é realmente desenvolvida, e em criar um final ideal para um terceiro filme que irá finalizar a Trilogia Prequela, mas que não consegue ter uma harmonia com o desenrolar presenciado no decorrer do filme.
“Um dia serei o mais poderoso Jedi que já existiu. Eu lhe prometo. Aprenderei até a impedir a morte.”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.