Crítica | Steven Universo – O filme (Steven Universe: The Movie)

Nota
5

“Aqui estamos no futuro e é brilhante.
Nada a temer. Ninguém para lutar.
Não acredito que chegamos tão longe “

Já fazem dois anos desde que Steven Universo assumiu seu posto de Pink Diamond e finalizou a Segunda Era Gem, agora ele vive pacificamente junto com suas “tias”, com total controle do universo e com uma inversão da Autoridade Diamante, já que aparentemente Pink, ou melhor, Steven, assumiu o posto de líder que pertencia a White Diamond. Na Terra, temos as Crystal Gems construindo uma nova vida, temos a construção de Little Homeworld, uma cidade anexa a Beach City, que abriga as Gems descorrompidas, uma vida de paz, perfeição e segurança absoluta até que toda essa paz acaba: uma gigantesca nave chega, comandada por Spinel, pronta para destruir a Terra.

Depois do estrondoso final da quinta temporada de Steven Universe, o filme musical que introduzirá a sexta temporada se tornou um dos telefilmes mais esperados do momento, e ele fez jus a tudo isso. Spinel possui uma arma incomum, que não só poofa as gems, mas também altera de alguma forma a sua composição, como se resetasse as Crystal Gems, que voltam a servir a seu proposito inicial, esquecendo tudo que viveram no passado e deixando os poderes de Steven corrompidos. Com música para todo lado, o longa chega jogando milhares de perguntas na nossa frente, mostrando que Rebecca Suggar está pronta para iniciar uma nova fase, com uma nova atmosfera e uma nova pegada. Spinel chega com uma personalidade forte, meio insana, que lembra muito a personalidade icônica de Arlequina, e uma aparência um tanto inovadora, com claras referências ao visual cartunesco assombroso de Bendy and the Ink Machine, uma combinação que casa tão bem que nos faz querer ir mais a fundo nessa classe, conhecendo outras Spinels. Já a escolha de introduzir o Rejuvenator, um item tão poderoso nesse filme, foi o melhor que poderia ter acontecido; dessa forma, conseguimos explorar bem mais do propósito de cada um ao mesmo tempo em que aprendemos sobre a Spinel e temos o tempo como vilão. Como derrotar um plano que ninguém sabe? Como entender um ataque quando as únicas pessoas que poderiam saber o que aconteceu tiveram suas mentes apagadas?

“Aqui estamos no futuro e tudo está errado[…]
Se eu pudesse parar o tempo naquela hora, nos estaríamos
Totalmente bem, totalmente nós, totalmente eu.”

É de arrepiar ouvir cada música do filme, e isso faz jus ao tema musical e coloca mil músicas por minuto, o que não é ruim. As músicas da série sempre foram um de seus pontos fortes, no filme a música assume o protagonismo de uma forma que as letras começam a nos tocar de uma forma que nem as falas e as cenas são capazes. “The Tale of Steven”“Let Us Adore You” introduzem o filme da melhor forma possível, mas ainda assim não conseguem ser uma introdução melhor do que “Happily Ever After”, que nos toca ao fazer um giro de atualizações ao mesmo tempo que mescla com flashback que lembram tudo que aconteceu nas cinco primeiras temporadas da série. A felicidade é quebrada por “Other Friends” que traz um ritmo mais macabro e vilanesco, quebrando todo o tom alegre do filme e sendo refletido até em “Who We Are”, que remonta a letra de “Happily Ever After” com palavras mais tristes e baixo astral, tornando-se também motivadora em sua segunda parte. Infelizmente seguir citando as maravilhosas músicas que compõe a produção poderia acabar entregando a trama, mas é necessário dar o devido destaque a “Isn’t It Love?”, que explora de uma nova forma o amor que concebeu Garnet, “Independent Together”, que fala sobre a libertação das amarras do passado e a permissão de ser seu eu verdadeiro, ou a destruidora “Drift Away”, que nos revela uma história cruel e emocionante sobre a verdade por trás de um vilão.

Steven Universe: The Movie chega não só para nos apresentar a nova fase, mas também para revelar que ainda vivemos os mesmos dilemas, só que ainda mais evidentes. Os longa nos revela que sempre houve uma única vilã na série, um único ser que foi tão cruel, irresponsável e frio que deixou um legado de destruição e mágoas capazes de ameaçar a paz e a tranquilidade da vida na terra: Pink Diamond. É durante esse filme que analisamos as consequências dos atos egoístas dela e o quão errado podem ser suas ações, prejudicando não só as pessoas que conheceu como a continuação de sua jornada em Steven. Toda essa trama é explorada de uma forma envolvente durante os 82 minutos de filme, introduzindo um novo design na animação (sutilmente diferente, mas ao mesmo tempo totalmente novo) e introduzindo Spinel e Steg (a fusão de Greg e Steven) para o universo da franquia. Nos surpreendendo com músicas incríveis, piadas precisas e deixando as sementes para uma sexta temporada, o primeiro filme de Steven Universo chega tratando da melhor forma possível sobre responsabilidade afetiva, abuso emocional e a importância da empatia e da amizade sincera.

“É o verdadeiro, é o verdadeiro
É o verdadeiro tipo de amor”

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

Resposta de 1

  1. Muito boa sua critica. A Rebeca Sugar é muito boa em nos fazer amar um personagem odiado e odiar um personagem amado.(na 5 temporada estava todo mundo pagando pau para a Pink kekeke).

    ~vim pelo post no Steven Universo [Brasil] [HomeWorld]

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