Crítica | The Witcher: Lenda do Lobo (The Witcher: Nightmare of The Wolf)

Nota
4

“Poucos garotos querem ser bruxos.
E poucos querem passar a vida buscando água e limpando penicos.”

Vesemir (Theo James) nunca se contentou em ser menos do que merecia. Criado como um servente e vivendo das migalhas de seu patrão, o garoto sonhava em ser mais do que lhe era imposto, almejando libertar a si e a sua fiel companheira, Eliana, por quem possui uma grande sentimento amoroso.

Eis que sua grande chance surge quando seu caminho se cruza com o do misterioso Deglan (Graham Mctavish), um bruxo que sobrevive dos infindáveis trabalhos que poucos ousam fazer. Vendo nele sua oportunidade de ouro, o garoto se voluntária para seguir o bruxo, escolhendo por sua própria vontade passar por todo treinamento necessário para se tornar aquilo que viu em ação.

Escapando da pobreza e matando monstros apenas para conseguir lucro, Vesemir se torna o mais solicitado entre os da sua espécie, aproveitando toda glória que consegue em seus atos. Mas, após enfrentar uma força poderosa da qual nunca ouviu falar, o jovem convencido precisa encarar seus demônios do passado, descobrindo no processo que certos trabalhos são mais importantes que qualquer fortuna que ele poderia ganhar.

Que a Netflix encontrou uma verdadeira mina de ouro nas obras de Andrzej Sapkowski não é novidade para ninguém, e, após o sucesso estrondoso da primeira temporada de sua nova série, não seria nada surpreendente que a plataforma anunciasse uma expansão de seu universo, ampliando seu público e trazendo novas histórias. Pois bem, chegou o momento da empresa dar seu próximo passo, contando uma história inteiramente inédita, que acrescentaria ainda mais à famosa saga do bruxo que tanto conhecemos.

Dirigido por Kwang-II Han, The Witcher: Lenda do Lobo é um ótimo incremento ao universo fantasioso da série. Servindo como introdução a um novo personagem importante para a franquia, o longa aborda uma época pouco explorada, trazendo conceitos interessantes que serão ainda mais aprimorados na segunda temporada da aclamada série.

Antes de Gerald viver suas aventuras, Vesemir aproveitava tudo que lhe era imposto, trazendo novas dinâmicas a uma sociedade que começava a temer os bruxos e a indagar sua função perante todos. As discussões socioeconômicas começam a criar raízes, trazendo os primórdios de seus embates e mostrando como a sociedade se tornou aquilo que conhecemos naquele universo.

O medo dos mutantes e os traços geopolíticos dos reinos vão ganhando forma, principalmente ao abordarem as diferentes visões do papel desempenhado pelos bruxos e cada um de seus atos. Tais debates são primorosamente explorados com os embates frequentes entre Tetra (Lara Pulver) e Lady Zerbst (Mary McDonnell), trazendo uma profundidade precisa enquanto cada uma apresenta seus argumentos. Somos envolvidos com cada nova aplicação, retornando para novas provas e acrescentando novas camadas ao mistério que cerca a trama, trazendo assim um constante enriquecimento e crescimento nas temáticas apresentadas.

Outro ponto forte da narrativa se encontra em seu protagonista, que traz um carisma avassalador que combina perfeitamente com sua dubiedade. Se Gerald era um ser sisudo e com poucas palavras, Vesemir vai pelo caminho oposto, trazendo um charme arrogante de alguém que sabe o que faz. O rapaz reflete bem o terreno cinza em quem está ambientado, trazendo questionamentos morais de alguém que sempre foi massacrado pelo mundo na qual estava inserido. Sua construção é primorosa, apresentando um lado nunca visto de sua persona enquanto aprofunda acontecimentos que apenas ouvimos falar de maneira rasa nas outras obras.

Produzido inteiramente com traços de anime, o longa abusa de sua liberdade criativa, trazendo todo poder presente em seus traços enquanto constrói cenas magníficas que enchem os olhos dos espectadores. São cenários estonteantes e lutas de tirar o fôlego que transbordam excelência visual a cada novo frame.

Servindo como uma poderosa adição a seu universo, The Witcher: Lenda do Lobo nos mostra que existe muito a ser explorado no conteúdo criado por Sapkowski. Seja por seus traços primorosas ou por sua história envolvente, o longa traz novas clarezas para os conceitos apresentados, nos deixando curiosos e ainda mais ansiosos para o futuro da franquia. Mostrando assim que nunca foi tão bom ser fã da saga do bruxo.

“Essa é a última vez que deixo vocês hesitarem de novo. Se decidam.
Mas odeiam a gente.
Sempre haverá outro monstro… Gerald.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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