Crítica | Toy Story

Nota
5

“Ao infinito e além!”

Andy (John Morris) é um garoto como outro qualquer. Cheio de imaginação e encantado com seus brinquedos, ele cria histórias fantásticas cheias de sequestros e aventuras, mas é quando o garoto sai do quarto que a verdadeira aventura acontece. Cada um dos brinquedos do menino ganha vida quando estão longe dos olhos humanos, vivendo de uma maneira organizada e precisa em sua sociedade secreta e sendo comandados pelo valente Wood (Tom Hanks), um cowboy de pano que é o brinquedo favorito de Andy.

Woody vive e morre por seu dono, mas ele vê seu reinado ruir com a chegada do patrulheiro espacial Buzz Lightyear (Tim Allen), do Comando Estelar, um boneco altamente tecnológico e cheio de assessórios. Imediatamente, a presença de Buzz se torna grandiosa no quarto de Andy. Todos os brinquedos procuram o patrulheiro para escutar conselhos enquanto a decoração do quarto muda drasticamente do caloroso deserto para um brilhante universo intergaláctico.

Após uma crise de ciúmes, Wood coloca Buzz em perigo e acaba perdendo a confiança de todos que amava. Agora, metidos em uma enrascada, os rivais precisam colocar suas diferenças de lado se quiserem voltar a rever a criança que tanto amam.

Existem filmes bons e filmes ruins – isso é inegável – mas Toy Story consegue ultrapassar qualquer barreira e se tornar lendário. A primeira colaboração entre Pixar e a Walt Disney Pictures se mostrou um marco do cinema ao ser o primeiro longa-metragem a ser inteiramente produzido por ferramentas de computação gráfica, mudando não só a maneira de se fazer filmes como também o cinema em si.

A inovação técnica, o roteiro afiado e a temática mais profunda agradaram a crítica e aos fãs, transformando o longa em um sucesso estrondoso e tornando-o um clássico instantâneo. Dirigido por John Lasseter e roteirizado pelos gênios Joss Whedon, Andrew Stanton, Joel Cohen e Alec Sokolow, o filme já mostrava um conceito inteiramente novo, trazendo uma trama profunda e cheia de camadas que atinge não só o público infantil como os adultos.

Com muita criatividade, a obra pega temáticas aparentemente comuns como a chegada de um desconhecido, o valor de uma amizade e o medo da rejeição e os aprofunda. E essa escolhe foi uma arriscada empreitada, mas marcou o estúdio e conquistou um público, tornando-se uma de suas obras mais magníficas. É aqui que vemos um protagonista tomar decisões questionáveis e acompanhamos o desenvolvimento mais humano de cada um. Identificamos-nos com eles e entendemos o que cada um passa. Mesmo que sejam apenas brinquedos, eles sempre parecem bem reais.

Cada um dos personagens é tão carismático que é inegável o poder que a dublagem tem sobre o filme. Hanks nos entrega um Wood cheio de receios que viu tudo virar do avesso ao perder o controle de sua vida. O cowboy se mostra ciumento, explosivo e invejoso, trazendo aspectos cinzentos a um protagonista. As atitudes e sentimentos de Woody são tão humanos que chega a encantar, ele é cheio de defeitos e completamente inseguro de si, criando uma forte ligação com o público.

Buzz não imagina que é um brinquedo. Ele acredita fielmente em sua história e se vê despedaçado ao encara a realidade da sua nova condição, trazendo uma das cenas mais icônicas do cinema, onde sentimos todo o peso de termos nossos sonhos destruídos e não sabermos mais quem somos nesse mundo. A química dos rivais é tão maravilhosa que se mostra até hoje como um exemplo de construção de amizade. O roteiro constrói cada passo para depois destruir tudo como numa construção de Lego e reconstruir com um novo ponto de vista.

Outra personagem que se destace é a Betty (Annie Potts), uma boneca de porcelana que por muitas vezes serve como consciência do Woody. A pastora de ovelhas se mostra uma das personagens mais sensatas da trama, procurado dialogar com o cowboy e tentando fazê-lo abrir seu coração sobre os conflitos internos. Sid (Erik von Detter) é o extremo oposto do Andy. Enquanto o dono dos brinquedos se preocupa e cuida deles com carinho, Sid se mostra sádico e cruel, vendo diversão em explodir ou danificar tudo em que põe as mãos.

O filme ainda apresenta uma trilha encantadora. Quem não lembra da conflitante Coisas Estranhas, que demonstra todo descontentamento de Woody com a chegada de seu rival? E emocionante Voar Eu Não Vou Nunca Mais, onde Buzz encara sua nova realidade e se vê quebrado quando tudo o que acreditava é retirado. Mas é impossível não reconhecer os acordes de Amigo Estou Aqui, que encantou toda uma geração e nos mostra a força de uma boa amizade.

Preciso e atemporal, Toy Story nos faz voltar a ser criança e imaginar o que acontece com nossos brinquedos quando não estamos olhando. Trazendo a nostalgia e o encanto que só a infância tem e uma lição magnífica sobre o poder da amizade, essa é uma produção que precisa ser vista.

“O tempo vai passar
Os anos vão confirmar
Às três palavras que eu proferi
Amigo estou aqui”

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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