Críticas | A Fuga do Planeta dos Macacos (Escape from the Planet of the Apes)

Nota
4.5

Três cientistas símios, Cornelius (Roddy McDowall), Zira (Kim Hunter) e Milo (Sal Mineo) retornam no tempo e chegam no século XX, em Los Angeles. Quando eles revelam sua habilidade para falar e Milo acaba morrendo acidentalmente, eles inicialmente começam a ser tratados com curiosidade, mas logo começam a ser visto como uma grande ameaça quando o governo acredita que eles possam ser o gatilho para que a Terra seja dominada por macacos e, ao descobrir que Zira está grávida, resolvem evitar o nascimento desse bebê.

Podemos falar que este é um belo filme, diferente do anterior, onde a repetição de ideias era nítida. No terceiro filme da franquia, Don Taylor assume a direção desta vez e, ao contrário das duas primeiras histórias, onde tínhamos o protagonismo de Charlton Heston, agora é vez é dos macacos, e Roddy McDowall faz toda a diferença no papel. Sua entonação de voz, seu jeito de agir, da para sentir a história fluindo, pela sua presença ao lado de Zira, o longa usa mão do apego emocional criado pelos personagens que presentes desde o primeiro filme da saga.

O filme começa recontando como Cornelius e Zira conseguiram escapar após a explosão da terra e voltaram para o passado, regredindo cerca de 2 mil anos no tempo. Há um espanto inicial do governo ao descobrir os chimpanzés saindo de uma nave espacial, o que os leva a um zoo onde conhecem dois médicos humanos que tentam entender como são capazes de ficar de pé e plenamente se prostrar como humanos. Toda a dinâmica dos simios mostrando sua inteligência em contraponto a suas tentativas de esconder que no futuro os símios são a raça superior sobre os humanos funciona muito bem, até que a verdade venha a tona e a busca por entender mais sobre a guerra do futuro e grandes revelações sobre como aconteceu a ascensão dos macacos, sobre sua religião e como os macacos pensam.

A maneira como o filme trata os macacos como celebridades e como ameaças ao futuro humano, com a mídia adorando o casal de macacos ao mesmo tempo que o governo age para, de certa forma, castrar Cornelius e matar o bebê de Zira de forma discreta, e parece cada vez mais evidente o quanto eles estão caminho para acelerar a ascensão dos macacos, e usar isso como um artefato de discussão envolvendo viagem no tempo é simplesmente excelente.

A Fuga do Planeta dos Macacos é excelente, apesar de ser datado pelo tempo que foi feito, e serve como uma ótima retomada à franquia. Uma história bem contada faz toda a diferença quando unida a um roteiro que seja claro, faça sentido e te leve a algum lugar, e esse filme serve muito bem conectando vários pontos da história do futuro da franquia. É importante salientar, apesar de ser um filme de ficção cientifica, a produção foi gravada em 1971, então não há muita tecnologia de efeitos especiais em ação. O longa ainda consegue avançar com pontos fortes na história da franquia, trazendo a introdução a um simio chamado César, concluindo a trama de uma forma melancólica e mostrando que o próprio ser humano é sempre capaz de encontrar uma forma de levar a humanidade a sua ruína de alguma forma.

 

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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