Se você assistiu a primeira temporada de Deuses Americanos ou a nova série árabe da Netflix, Jinn, com certeza conhece vagamente sobre essa entidade do oriente médio. Mas, se você está vendo este artigo, com toda a certeza você não quis se limitar ao que vimos nas séries e quer conhecer mais sobre esses seres.
Para inicio de conversa Jinn é o nome árabe para o que chamamos de gênio, mas, ao contrario do que a Disney nos ensinou, esses seres não são entidades mágicas presas em garrafas a espera de ser libertados para conceder três desejos (tsc tsc Aladdin), então vamos seguir adiante para saber inicialmente o que são os Jinn e, logo depois, o que são os ifrit?
Segundo as crenças árabes, quando o mundo foi criado, nele foram concebidos 3 classes de seres. Elas são compostas pelos anjos, seres de luz, pelos seres que surgiram da lama, os seres humanos, e por aqueles que surgiram do fogo, os Jinn. Essa história é contada inclusive no Alcorão, que se refere especificamente aos jinn e a sua criação, no versículo 15:27, quando diz “Criamos o homem de argila, de barro modelável / Antes dele, havíamos criado os gênios de fogo puríssimo”, sendo assim os Jinns podem ser considerados como uma entidade intermediaria, que está entre os anjos e os humanos, e que podem ser associados ao bem e ao mal.
Esses seres são descritos como que criados antes do surgimento de Adão e, segundo as crenças árabes, são aqueles seres que se negaram a se curvar para a humanidade e, por conta disso, acabaram sendo expulsos do paraíso, onde viviam junto aos anjos. Por conta dessa crença que muitos consideram os Jinns como o equivalente árabe dos demônios, apesar de que, em definição, há certas diferenças. É nesse ponto que entra uma subcategorização dos jinns, já que esses seres possuem cinco outras palavras para se definir. A primeira delas, por questões gramaticais, é a Djinn, que é o nome dado aos Jinn do sexo feminino; em seguida temos Ifrits, nome dados aos Jinn que fazem apenas o mal; outro titulo é o de Ghul, que são os Jinn traiçoeiros que mudam de forma; seu oposto são os Si’la, Jinns traiçoeiros que não conseguem mudar de forma; e por último temos os Marid, que são Jinns que fazem apenas o bem.
Os Jinns são também muito comparados com os Daimons, entidades gregas neutras que personificam alguns sentimentos e estados de espirito e que, assim como os Jinns, são bons e maus, a depender das suas ações e do uso que seus invocadores derem ao ser. Outro fato importante é que, segundo se acredita, os Jinn possuem a capacidade de possuir corpos de humanos, animais e qualquer outro ser vivo, o que pode causar, em sua vítima, sono constante, ver sombras o tempo todo, ouvir vozes, sentir que esta sendo seguida, além de bocejar o tempo todo e ter pesadelos regulares. Aplicando à mídia da Disney, podemos claramente diferenciar os seres em Aladdin, se pararmos para pensar, está claro que Gênio é um Jinn comum enquanto Jafar, quando se torna um Jinn, é um Ifrit.
Já nas séries citadas no inicio do artigo, podemos ver, em Jinn, que Keras é um Marid e Vera é um Ifrit, enquanto em Deuses Americanos, é possivel considerar que o Taxista seja um Si’la, já que ele não faz o bem e nem o mal a ninguém, ele apenas é meio que traiçoeiro com seu parceiro de noitada.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.