Host Indica | Clockworks [Locke & Key #25 a #30]

“Muitos demônios tentaram passar pela porta, mas quando o fizeram, eles gritaram.
Eles gritaram, oh, em terrível agonia, e caíram …”

Em meados de 1775, dois irmãos viram seus pais morrerem enforcados na sua frente. Benjamin e Miranda acabam precisando se abrigar na gruta à beira mar de Lovecraft, onde Adam Crais e seus aliados se escondiam, e onde o grupo de Crais havia descoberto um portal amaldiçoado, uma passagem tenebrosa por onde demônios pareciam emergir. Para proteger o grupo que agora o abrigava, Ben, que era um ferreiro, sugeriu colocar uma tranca para essa passagem, com um metal comum que rapidamente foi destruído pelas forças que emergiam da passagem. Quando percebeu que os seres que atravessavam o portal se transformavam em um misterioso metal quando morriam, Benjamin Locke resolveu usar suas habilidades para transformar aquele metal numa poderosa tranca para a Porta Preta, uma tranca que só poderia ser aberta com uma Chave Omega.

Nos dias atuais, Kinsey ainda está tentando entender o que realmente aconteceu durante os eventos que levaram à morte de ZackTyler está lidando com sua vida tentando reunir forças para superar a batalha que viveu e ser um verdadeiro guardião da chave, e Bode segue cada vez mais decidido na busca pela Chave Omega, sem que ninguém saiba que ele na verdade é o Dodge dentro do corpo do caçula Locke. Quando Dodge/Bode acidentalmente liberta o Medo e a Tristeza de Kinsey, os monstrinhos acabam entrando na cabeça de Tyler e causando uma enorme confusão que revela o paradeiro da Chave Replay, que permite a Tyler e Kinsey visualizar os eventos do passado da família Locke, mais especificamente sobre a origem da Chave Omega, em 1775, e a origem de Dodge, em 1988, assim como entender o passado de Rendell LockeEllie Whedon, Erin VossLucas Caravaggio, Kim Topher e Mark Cho.

Clockworks é o marco que inicia o Terceiro, e ÚltimoAto de Locke & Key, expandindo ainda mais a história das chaves, dos Guardiões das Chaves e de Dodge, principalmente pelo fato de arco inteiro acontecer a partir de flashbacks, servindo muito mais para ver o passado das chaves e a forma como cada uma delas acabou surgindo, tendo apenas algumas cenas no presente. O arco não avança nos eventos do presente, mas acaba sendo muito mais relevante para preparar o terreno para um verdadeiro final da saga, é nesse arco que vemos Dodge alcançar seu primeiro objetivo, pegando a Chave Omega, e Tyler e Kinsey entender os eventos que traumatizaram Rendell e seus amigos, entender como Dodge, um dos melhores amigos de Rendell, se tornou uma entidade demoníaca, o que existe na Porta Preta e qual a verdade por trás da morte dos adolescentes na gruta de Lovecraft. Clockworks pode não avançar no plot principal, mas expande a mitologia de uma forma que faz com que o último arco da saga se torne muito mais relevante e cheio de promessas.

Uma única chave é introduzida nesse arco, mas ele é tão relevante que torna desnecessária a presença de qualquer outra chave. É nessa chave que vamos vendo sobre a relação de Ellie e Lucas, a ponto de entendermos os atos que a mulher teve quando ficou sob influencia de Dodge, é também nessa edição que entendemos a culpa que Rendell carrega pelos anos e sobre o quão doce era Duncan Locke no passado, além de conhecer os dilemas do homem, que queria apenas ser incluído nas aventuras de seu irmão e que vez ou outra aparece usando a Chave do Gênero para se transformar numa menina. O arco parece ser o ápice da obra de Joe Hill, sendo roteirizado de uma forma surpreendentemente envolvente, nos fazendo reviver todo o amor que a trama construiu em seus quatro arcos anteriores, introduzindo diversos novos personagens, o que torna o trabalho de Gabriel Rodriguez tão essencial, por criar tantos novos personagens que combinam perfeitamente com as personalidades criadas por Hill, e que acabam saindo das páginas com o brilhante trabalho de Jay Fotos, que além de colorir tão bem os personagens consegue criar cenários maravilhosos, principalmente nas cenas em que a Porta Preta é aberta, inundando o cenário com luzes e raios.

“Se o ferro de Deus não serviu, vamos tentar o aço desse outro mundo, e ver se o mal não pode se voltar contra si mesmo.”

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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