“Tô desenhando uma porta nele […] Assim, eu posso visitar o país das maravilhas um dia!”
Há muitos anos, Alice Takeda deu seu livro de Alice no País das Maravilhas à sua filha, Marina, um livro onde Marina acabou abrindo uma porta usando um lápis mágico dado pelo seu pai, Mauricio de Souza. Hoje, a porta se abriu novamente, no momento em que toda a turma do limoeiro estava reunida para um piquenique surpresa de aniversário para Mônica, o que faz a garota precisar se aventurar dentro do livro, com ajuda de um certo Coelho Branco, para salvar todos os seus amigos.
Em Abril de 2010, foi lançada a vigésima primeira edição da Turma da Mônica Jovem, um editorial com roteiro de Mauricio de Sousa, Marina Takeda e Sousa e Flávio Teixeira de Jesus e livremente inspirado no famoso livro de Lewis Carroll. No País das Maravilhas é uma história em duas partes feita para acarinhar a mente não só daqueles que amam a Turma da Mônica, mas também daqueles que amam o País das Maravilhas ou cresceram ouvindo a criação de Caroll, nós não passamos realmente pela história que Caroll criou, mas por uma série de referencias às histórias, um verdadeiro passeio ao lado de Mônica por meio aos diversos cenários e encontrando as diversas personalidades dos personagens padrão dos livros amalgamados com as diversas personalidades dos personagens criados por Mauricio.
Seguindo a premissa de que os Guardas da Rainha de Copas estão caçando Alice, depois que a garota fugiu do julgamento real, a história começa mostrando que os guardas confundiram as Alices e começam a achar que Takeda é a mesma do livro, o que os leva a querer levar a filha de Alice como forma de punição. Nesse ponto a história começa a se fundir, apesar de o roteiro deixar de lado a explicação do por que os guardas demoraram tantos anos para cumprir sua missão, nessa convergência vamos presenciando a conexão tão palpável dos personagens de Caroll com os de Mauricio, como é o caso da Lagarta, com sua essência do amadurecimento e do crescimento, que se junta à Magali, que se consolidou como uma personagem que sempre nos resgata à consciência e parece ser o maior exemplo do amadurecimento na turma, ou como vemos o Chapeleiro, sempre nos lembra do peso da responsabilidade e da luta contra os padrões que nos é forçado, ser representado por Cebola, que é o membro da equipe que parece ser o maior exemplar da pressão da vida adulta, ele sempre está buscando ser o melhor, parar de ser visto como ‘Cebolinha‘ e acaba sendo tão sério que perde de realmente viver sua adolescência.
Brincando com a intenção de passar uma mensagem, criar um enredo original e nos fazer refletir, junto com Mônica, quem realmente, em seu amago, é cada um dos membros da Turma, a trama contada nas edições 21 e 22 da Turma da Mônica Jovem se torna mais complexa, pedindo muito mais referencias do que o normal para que possamos realmente entender o que está sendo contado, precisamos entender quem é a Turma da Mônica e quem são os personagens de Alice antes de realmente nos aventurarmos nesse enredo, talvez seja por isso que ele não seja uma das edições mais famosas do editorial, pela forma como a trama, tão rica, acaba sendo tão dependente. Apesar disso, os roteiristas ainda conseguem manter o humor padrão que já se tornou a marca do universo Jovem, com direito a algumas pequenas piadas entre as páginas e até um pequeno cameo de Dorothy e seus amigos de Oz, ou seria Zóz?
“Ao pegarem a filha da Alice, levaram todos os que estavam aqui pra realidade do livro…”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.