“Os leitores não têm nada que entender minha vida pessoal! Bando de curiosos enxeridos! Eu, hein?”
Os cinemas estão lotados desde o lançamento de Armadura Dourada – O Filme, um novo filme de super-herói da Arte&Tech centrado no milionário Tonho Estácio (interpretado pelo novato Roberto Daniel Junior) que enfrenta o mal usando seu traje super tecnológico e assumindo a identidade de Armadura Dourada. Mas quando o assunto é moda, tem uma pessoa que é totalmente contra aderir: o Do Contra, que não gostou do filme por ser previsível, que não suporta ver todo mundo falando dessa produção e já está de saco cheio de todo mundo endeusando o RDJ. Sabendo o que ele melhor sabe fazer, ir contra a tendencia, DC decide então investigar a verdade por trás do filme, o que o leva a uma revelação inesperada e que pode mexer com a sua vida e a sua relação com Mônica.
Lançada em Dezembro de 2010, as edições n° 29 e 30 da Turma da Mônica Jovem voltam com a aposta em criar referencias ao mundo pop como base para a construção de uma história original. Brincando com parodias de Robert Downey Junior e do filme Iron Man, o roteiro de Mauricio de Sousa, Marina Takeda e Sousa e Petra Leão aproveita para brincar com o universo que existe dentro do Limoeiro, colocando a relação de Cebola e Mônica como coadjuvante de uma estória que foca completamente no jeito contraditório e conspiracionista de Do Contra, algo que sempre nos divertiu e agora atinge um nível maior e improvável, mas nada impossível.
Aproveitando cada cena do jeito de Do Contra de agir para fazer piadas, como no momento em que Do Contra quer sair do cinema pela porta de entrada ou que ele prefere fazer uma pesquisa na biblioteca do que agilizar procurando na internet, o enredo torna completamente desnecessária a presença dos outros integrantes da Turma, que aparecem vagamente para interagir com DC, para impulsionar sua trama pessoal ou simplesmente para marcar presença. A presença de Mônica, apesar de não ser o foco de noventa por cento da trama, se mostra harmônica, ela está sempre ali, se envolvendo com a história, ajudando o DC e dando o suporte que justifica toda a evolução mental da personagem no decorrer da história, algo que torna natural a conclusão da personagem na trama, para logo depois arrematar o roteiro com uma conclusão inesperada, contraditória, mas ainda assim cheia de motivação e justificativa, algo que se encaixa perfeitamente na proposta.
Como se não bastasse fugir do tradicional, O Mundo do Contra diverte com o inesperado e com as inúmeros referencias ao universo pop que desfilam pelas páginas, como é o caso da citação da Nintendo (rebatizada de Nuntintendo), uma insinuação à Jornada do Herói e até um cameo de Bugu e Pink e Cérebro, a trama ainda faz piada com os rebatismos de Pepper Potts (que vira Senhorita Pepa), Bruce Banner (que vira Bruci Bani) e a série Caverna do Dragão (transformada em Taverna do Dragão) e leva a um ápice divertido ao jogar Dudu na trama quando menos esperávamos e ainda dar uma explicação extremamente plausível para a sua presença e o seu papel na história. Tocante, fora do padrão e divertida, a história em duas partes mostra sua relevância e quebra o padrão ao dar destaque a um personagem que merece seu tempo de brilho e tem muito a adicionar no universo Jovem dos gibis.
“O Armadura Dourada é uma arma secreta para dominar o mundo!”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.