O mundo foi infectado pela Equação Anti-life, a tensão está no ar e já vimos a transformação de muitos dos heróis da DC em zumbis, mas tudo mudou de rumo quando, ao fim de “The Monster Inside of Us All“, tivemos nossos corações despedaçados ao ver Alfred ter de matar o Batman para proteger a si e à humanidade. O que fazer agora que a unica pessoa que teve um avança na busca da cura não está mais entre nós? Como estará a mente de Damian Wayne ao ter que superar a morte do pai e lutar para salvar o mundo? Como estará a mente de Alfred, que foi forçado a matar seus “filhos”, Bruce Wayne, Dick Grayson e Tim Drake? Chegou o momento de cumprir a ultima missão dada por Bruce: derrubar a internet e matar todos os infectados.
A terceira edição de DCeased, minissérie da DC Comics com roteiros de Tom Taylor e arte de Trevor Hairsine, Stefano Gaudiano e James Harren, chega às bancas em Julho de 2019 com o título “Red Sea” e segue com a trama onde mostra a Liga da Justiça sendo transformada em zumbis. A terceira edição chega a metade da minissérie, que tem 6 edições previstas, e começa a dar um tom mais sombrio à trama, dando uma ótimo significado à frase narrada no inicio da edição “Nós não temos tempo… Nós não temos tempo para processar”, e é basicamente esse o pensamento da edição, matar sem nos dar tempo para sentir as mortes acontecendo, nos mostrar o quanto a DC é capaz de destruir todos os membros do seu universo a hora que quiser e como isso vai impactar em nossos sentimentos, e logo depois nos deixar cerca de um mês tentando digerir tudo que aconteceu e nos fortificar para a próxima edição da minissérie, que parece querer tirar nossas esperanças a cada mês.
A edição nos faz viver um grande momento de alegria da Arlequina que finalmente se vê livre dos abusos do Coringa, ao matar o vilão zumbificado, e viver uma epifania tão sublime que nos toca, mas o roteiro infelizmente peca ao jogar, alguns quadros depois, uma dinâmica de ação da palhacinha tendo de enfrentar a versão infectada da Batgirl, Batwoman, Mulher-Gato e Caçadora. Por outro lado, a aparição de Mera defendendo Atlantis contra o vírus, que chegou ao reino marítimo por meio do Aquaman, mostra todo o potencial de explorar o poder daquela que é sempre deixada nas sombras de seu interesse romântico.
Explorando muito mais o lado emocional de se viver um apocalipse zumbi, a terceira parte de DCeased intensifica a trama e a torna cada vez mais fluida, o que ao mesmo tempo nos tira a esperança ao eliminar vários dos personagens conhecidos, nos tira toda a empatia ao infectar os personagens que temos mais apego e nos fazer sentir a morte deles (mesmo que isso não aconteça nas páginas), e parece dar o potencial para os personagens menos explorados se destacarem. Por outro lado, fica um gostinho de quero mais quando vemos o destino que as coisas estão tomando, sentindo vontade de ver Dinah Lance usando seus novos poderes, sentindo a tensão no ar ao pensar se Hera Venenosa (o ultimo suporte emocional da Harley) foi ou não infectada, e desejando que os ‘Super Filhos’ despontem finalmente, saindo da sombra de seus pais para se tornarem os heróis que estão destinados a ser.
“A parte mais difícil de lidar com os infectados foi desassociar.
Os infectados não podem ser pessoas.
Eles não podem ser colegas.
Eles não podem ser amigos queridos.
Rostos familiares tinham que ser silenciados.“
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.