Resenha | A Cidade dos Espelhos

Nota
4

“Eu era a flor sombria da humanidade, que desde o inicio do tempo recebera a ordem de destruir um mundo que não tinha Deus para ama-lo”

Após o sacrifício de Amy Harper Bellafont, a garota de lugar nenhum, a humanidade vive um momento de paz. Nenhum viral foi visto desde a destruição dos Doze, nenhuma batalha foi travada nos últimos anos e as terríveis histórias sobre os Muitos e o terror que guardava a noite não passam de lendas antigas, contos mitológicos sobre uma Terra devastada para assustar as gerações mais jovens.

Cada sobrevivente tenta reconstruir sua vida da melhor maneira, enquanto uma nova sociedade começa a se erguer dos destroços de um mundo devastado por um vírus mortal. Mas toda calmaria antecede uma tempestade. Nos destroços de Nova York o verdadeiro mal aguarda. Zero, o líder dos Doze, observa enquanto a humanidade começa a desacreditar nas terríveis provações que passou e pouco a pouco começam a seguirem um rumo, por muitas vezes fora da fortaleza que um dia os protegeu da extinção. Em meio as ruínas, Zero ergue um exército, preparado para uma onda de ataques que vai levar a humanidade ao extrema em uma última e grandiosa batalha.

Sem Amy e sua força de bondade, como seria possível resistir a um ataque tão devastador? Seria o fim da humanidade? Ou ainda resta uma ultima esperança?

A Cidade dos Espelhos conclui com maestria a trilogia iniciada em A Passagem, mas esta longe de ser uma serie destinado para todos. Justin Cronin tem um poder narrativo que nos conduz a novos caminhos, por muitas vezes nos tirando a trilha principal e nos mostrando outros aspectos que nunca teríamos imaginado. Muitos podem considerar sua narrativa cansativa e desnecessária, mas ela constrói um quadro magnífico e amplo que consolida ainda mais o mundo que nos é apresentado. Uma história dentro da história.

A narrativa não é linear. Ela é lírica, pura e envolvente, nos afundando em um mundo repleto de crenças e dilemas sociais de uma sociedade em construção que nos deixa com as emoções a flor da pela e cria uma relação empática entre leitor e personagem. Por falar em personagens eles são magnificamente construídos. Um dos grandes destaques do livro é Timothy J. Fanning, o Zero, que nos mostra seu passado e onde surgiu seu ódio pela humanidade. Acompanhamos sua formação, suas paixões e por fim sua transformação no futuro monstro que esta disposto a destruir a raça humana. Sua narrativa ocorre em primeira pessoa e destoa da narração do livro, mas cria uma luz sobre o mundo antes da infestação e toda a motivação do vilão, nos despertando duvidas transcendentes sobre nossos pontos de vista. Sem dúvida, Zero tornou-se um dos melhores personagens da trama.

O livro tem um enredo forte e surpreendente, que nos deixa ainda mais ávidos para virar suas páginas e terminar a historia com seus personagens humanos e tão complexos que deixam uma saudade imensa ao fim do texto.

A arte gráfica do livro esta digna de aplausos, a Editora Arqueiro fez um trabalho exemplar com a obra, entregando um exemplar mais do que digno para a conclusão da saga. As folhas amareladas, a divisão de capítulos e as partes/capa que nos trazem uma Nova York com um aspecto sombrio são simplesmente fantásticos.

Em meio a epidemia, destruição e a busca por redenção A Cidade dos Espelhos conduz os leitores a um desfecho digno da saga, nos conduzindo pelos tortuosos caminhos e nos mostrando o quão bruta e irrefreável pode ser a humanidade e, acima de tudo, como o amor pode transformar alguém. Seja para o bem ou para o mal.

“Por trás de todo ódio há uma historia de amor”

 

Ficha Técnica
 

Livro 3 – A Passagem

Nome: A Cidade dos Espelhos

Autor: Justin Cronin

Editora: Arqueiro

Skoob

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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