Resenha | A Libélula no Âmbar

Nota
4

“O nome da colina é Craigh na Dun; a colina das fadas. Alguns dizem que a colina é encantada, outros, que é amaldiçoada. Todos têm razão. Mas ninguém conhece a função ou o proposito das pedras.
Exceto eu.”

Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Mas esta disposta a revelar toda a verdade a sua filha, Brianna em uma viagem à majestosa Terras Altas. Cercada pelos mistérios e belezas da pequena cidade de Inverness, Claire procura o jovem Roger Wakefield (o sobrinho de um velho amigo da família) para investigar o que teria acontecido com os jacobistas na batalha de Culloden.

Em meio a suas pesquisas Roger se apaixona por Brianna. É quando uma tumba com um conhecido nome faz Claire ter um pequeno colapso e revelar toda a verdade a sua filha. É chegada a hora de contar a verdade sobre um estranho ciclo de pedra, sobre um amor que transcende os séculos… e sobre um guerreiro escocês que a consumiu em uma paixão avassaladora no século XVIII.

Em 1744, Claire e James Fraser estão exilados na França, após serem considerados fugitivos na Escócia. Com os conhecimentos de Claire sobre o futuro, eles tem como objetivo se infiltrarem na corte francesa para impedirem a revolução de 1745. Ajudados pelo primo de James, o Sr. e a Sr. de Broch Tuarach (como são conhecidos) conseguem amizades influentes na corte e começam a ser introduzidos a realeza, conhecendo o rei da França em pessoa. Mas os segredos , intrigas e o surgimento de um antigo inimigo prometem dificultar os planos do casal além de torna tudo ainda mais perigoso. O levante precisa ser impedido. O tempo esta correndo e cada segundo é precioso, mas a força deles será suficiente para mudar o curso da historia?

O segundo volume da serie Outlander, A Libélula no Âmbar, é muito mais politico e dinâmico que o primeiro. A reviravolta inicial já nos mostra do que o livro é capaz. Logo nas primeiras paginas, somos apresentados a uma Claire nos seus 40 e poucos anos que se encontra em 1968, o que já desperta uma confusão no leitor. No final de A Viajante do Tempo somos deixados ao menos 200 anos antes, então como Claire poderia voltar a seu presente e já ter uma filha quando tomou a decisão de permanecer com James no passado? Só se algo extremamente errado tivesse acontecido.

Uma ideia brilhante de Diana Galbadon, que conduz a historia com maestria e ainda desperta a curiosidade do leitor. Misturando acontecimentos históricos com enredos fictícios, Diana vai costurando sua historia repleta de detalhes e tensão que são aprofundadas a cada nova pagina. A narrativa ocorre em primeira pessoa em boa parte do livro, mas alguns capítulos tem a narrativa em terceira pessoa. O livro é dividido em sete partes, e se o primeiro focou no amor dos dois protagonistas o segundo volume vem mostrar todas as faces de um casamento.

Notamos todos os altos e baixos da relação de Claire e James. Todo amor, paixão, dor e perdão que os personagens tem durante a trama. É admirável acompanhar os melhores e piores momentos que ambos passam e aprender com seus erros e acertos. É gratificante ter uma obra repleta de personagens falhos e humanos, tão próximos da realidade e os observar evoluir com tudo ao seu redor.

Se antes James tinha razoes para seus atos nesse livro esse se mostra mais falho e (muitas vezes) machistas sem motivos aparente. Algumas frases que são soltas ou atos impensados criam certo asco, mas criam uma construção mais profunda do personagem (não que seja inteiramente boa, que fique claro). Claire permanece a mulher forte e determinada que conhecemos no livro anterior, mas muitas vezes se mostra imprudente em suas escolhas. Seu gênio forte confronta bem com a época. É interessante observar o desenvolvimento que a personagem teve desde o inicio da trama e como ela evoluiu.

O leque de personagens do livro é memorável, mas alguns se destacam de modo soberano como o misterioso Mestre Raymond, o histórico e perigoso Conde St. Germain, e o próprio príncipe Charles Stuart. É maravilhoso observar as figuras históricas misturadas com o enredo da trama, num encaixe tão perfeito e completo. Fergus é outra grata surpresa. O jovem bate carteiras mal aparece e já ganha nossos corações, sentimos tanto com o personagem que é quase impossível descrever.

A nova edição da Editora Arqueiro trás uma capa magistral com uma das imagens de divulgação da segunda temporada da serie. O ar misterioso e cortes da capa nos leva diretamente ao espirito tenso e encoberto do livro. Por mais que pareça apenas um jantar, a imagem mostra que existem segredos escondidos em tudo o que se faz na corte. A diagramação segue o mesmo padrão do livro anterior e está magnifica, as paginas amareladas confortam os olhos cansados e nos convidam a ler mais um pouco.

Repleto de intrigas, amor e cenas extremamente emocionantes A Libélula no Âmbar cumpre bem seu papel como continuação e nos leva extremos que nunca pensamos em percorrer. Embora possua alguns leves pecados em meio a sua construção a historia continua arrebatadora e magnifica, despertando nossa curiosidade e colocando nossos corações na garganta, ansiosos pelos próximos livros da serie.

“— Eu vou encontrar você. — ele sussurrou em meu ouvido. — Eu prometo. Mesmo que eu tenha de suportar duzentos anos de purgatório, duzentos anos sem você — então essa é a minha punição, que eu mereci por meus crimes. Porque eu menti, matei, roubei; trai e quebrei confiança. Mas tem uma coisa que deverá estar na balança. Quando eu estiver na frente de Deus, eu terei uma coisa para dizer, para pegar contra todo o resto. — sua voz caiu. — Deus, você me deu uma mulher rara, e Deus! Eu a amei da maneira certa.”

 

Ficha Técnica
 

Livro 2 – Outlander

Nome: A Libélula no Âmbar

Autor: Diana Gabaldon

Editora: Arqueiro

Skoob

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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