Resenha | Cidade dos Anjos Caídos

Nota
3.5

“AQUI ESTÃO CONTIDOS OS ANSEIOS DE GRANDES CORAÇÕES E COISAS NOBRES QUE SE ERGUEM ACIMA DA MARÉ, A PALAVRA MÁGICA QUE SUSCITOU SUSTOS MARAVILHADOS, A SABEDORIA ARMAZENADA QUE JAMAIS MORREU.”

Após a guerra contra o megalomaníaco Valentim ter sido vencida, a paz parece reinar entre Caçadores de Sombras e integrantes do submundo, mas quando Caçadores de Sombras, que são ex-membros do Ciclo, começam a aparecer mortos, a tensão começa a ressurgir no Mundo das Sombras. Agora cabe ao Instituto do Brooklin lidar com os problemas e evitar uma segunda guerra, cabe a Simon lidar com sua Marca de Caim e com a, inesperada, volta de Camille, e cabe a Jace lidar com os perturbadores sonhos que ele vem tendo e que o afastam de sua namorada.

Quando Cassandra Clare deu um final prático e decisivo a Cidade de Vidro, ninguém esperava que a autora quisesse seguir com a trama de Os Instrumentos Mortais, mas eis que autora resolveu ir além e trazer uma quarto livro para sua trilogia, estendendo a trama para uma sextologia que não começou tão bem como deveria, trazendo de volta o relacionamento de Clary e Jace de uma forma mais enfadonha do que o normal e transformando Simon no pior tipo de cafajeste vampiresco. Mas Clare tenta resolver toda a situação trazendo mais evoluções a Simon, e nos fazendo ver que o melhor amigo de Clary tem tanto a aprender e mudar, assim como tem muito a desenvolver quando o assunto é suas novas, e raras, habilidades.

“O tipo de amor que pode incinerar o mundo ou erguê-lo em glória”

Aos poucos a trama tenta se moldar com novos rumos, insinuando novos vilões, mas ao mesmo tempo lembrando o tempo todo dos atos dos Morgenstern, o que faz parecer que o livro vai ficar sempre se recapitulando e revivendo seu passado, mas aos poucos nos mostra que tudo nesse livro não passa de consequências, ele busca mostrar o que aconteceu oito semanas depois da morte de Valentim e que consequências isso teve na vida dos protagonistas da saga. Vemos Magnus Alec numa viagem de férias, vemos IzzyMaia se envolvendo romanticamente com Simon, passamos a conhecer Kyle e um novo vilão, um ser tão primordial, demoníaco e poderoso que pode trazer um destino catastrófico para a vida do grupo protagonista.

A forma com Jace força a se distanciar de Clary é com certeza a parte mais massacrante do livro, vemos esse drama se desenrolar desde Cidade dos Ossos e aos poucos isso foi perdendo a graça a ponto de, nesse livro, se tornar massante de acompanhar e cansativo, a relação de Clary e Jace evoluíram a um ponto que todo esse drama de ‘amar e destruir’ não tem mais sentido de existir, e é odioso ver Cassandra insistindo nessa linha de pensamento. Mas no geral o livro parece nos trazer o clássico estilo de Cassandra, que consegue trazer bom humor e rapidez no enredo e nos joga em diversos eventos ao mesmo tempo sem nos deixar perdido e sem deixar a peteca da expectativa cair por nem um segundo, aumentando ainda mais o glamour que o mundo dos Caçadores de Sombra sempre teve. Clare consegue até levar os fãs à loucura quando cita Will Herondale, conectando o livro sutilmente com os fatos de Anjo Mecânico.

“Teoricamente o planeta pode se partir em dois, me deixando em um lado, e você no outro, eterna e tragicamente separados, mas também não estou com medo disso. Algumas coisas […] São improváveis demais para despertarem preocupação.”

 

Ficha Técnica
 

Livro 4 – Os Instrumentos Mortais

Nome: Cidade dos Anjos Caídos

Autor: Cassandra Clare

Editora: Galera Record

Skoob

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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