Nota
“Neste caso, quem sou eu?”
E ele continuou a falar, bondosa e tristimente: “Você é Amelia Mignonette Grimaldi Thermopolis Renaldo, Princesa de Genovia.”
Mia Thermopolis é uma adolescente com problemas típicos de um adolescente. Ela se considera uma “aberração”, pois não tem seios, é mais alta que todos na sua turma e descobriu recentemente um relacionamento amoroso entre sua mãe e seu professor de álgebra. Enquanto se preocupa com sua aparência, suas notas e como ser notada por Josh Richter (o garoto mais lindo e popular de toda a escola) Mia descobre um segredo devastador que esta prestes a virar sua vida do avesso.
Mia é uma princesa. Isso mesmo, UMA PRINCESA! Seu pai (que até poucos dias atrás era apenas seu pai, meio careca que adorava levá-la para ver o musical da Bela e a Fera na Broadway) revela que ele é o príncipe herdeiro de um pequeno país chamado Genovia e que recentemente, devido a um câncer nos testículos, ele não pode ter mais filhos, tornando assim Mia sua única e real herdeira. Agora, enquanto tenta lidar com todos seus problemas cotidianos, a garota ainda terá aulas particulares com sua Grandmère, para aprender a se portar como uma princesa e esconder a todo custo seu maior segredo, antes que tudo vire um caos e sua vida vá por água a baixo…
Confesso que peguei esse livro com uma certa empolgação, tendo em mente o filme de mesmo nome da Disney, mas saí um pouco decepcionado com o que me foi apresentado. O Diário da Princesa é o primeiro volume de uma saga de 13 livros, da Meg Cabot, que retrata como a vida de uma típica adolescente que descobre sua descendência real. E, acreditem, o que pode parecer um sonho para muitas meninas, pode ser o pior pesadelo de alguém como Mia. O livro é narrado através da escrita íntima do diário da nossa protagonista, trazendo seu ponto de vista (por muitas vezes exagerado) e nos mostrando uma visão privilegiada (mas pouco confiável) de seus dilemas adolescentes. Embora seja engraçado e levante questionamentos bastante interessantes, falta um pouco de… carisma em seus personagens (principalmente, em sua protagonista) que seduzem tão bem em tramas adolescentes.
Mia é insegura e foge de um confronto como o diabo foge da cruz. E, embora tenha alguns problemas bem plausíveis, passa boa parte da trama sendo irritante e olhando apenas para seus problemas com um exagero típico da fase. É difícil criar uma empatia com a personagem logo de cara, mas, com o avanço da trama, o leitor se pega torcendo pela mesma e entendendo alguns de seus exageros. Afinal, quem nunca sentiu que seus problemas são maiores do que realmente aparentam? Ou criou inimigos em pessoas que só estavam lá para ajudar? Imaginem passar de uma total desconhecida a alguém que a mídia segue o tempo todo? De ter que lidar com seu total desconforto e mesmo assim encarar os flash e pessoas se aproximando apenas pelo interesse em seus bens e status? Acho que a empatia começa a vir à tona quando a própria Mia começa a amadurecer durante a trama.
Lilly Moscovitz é a melhor amiga de Mia, mas seus constantes julgamentos e sua voz revolucionária (mesmo quando algo não precisa de uma revolução tão drástica) levam a personagem a ser invasiva e mandona. Mesmo querendo o melhor para a amiga, às vezes ela consegue minar qualquer estima que Mia possa ter. O Sr. Gianini é um adorável professor de álgebra que, por muitas vezes, é visto como um monstro por Mia quando tudo o que tenta fazer é ajudar a menina a melhorar em seus estudos e apoiá-la quando preciso. Grandmère é rígida e bastante assustadora. Ela não aceita um não como resposta e parece muito mais preocupada com a imagem do que com o bem estar da neta, que, hipoteticamente, deveria amar. Mike é a melhor pessoa em todo livro. Doce, compreensivo e bastante sarcástico, o irmão de Lilly traz algumas das melhores químicas e interações da obra, tornando-nos, assim, uma das melhores personalidades da trama. Tina é outra menina rica no Colégio de Mia que todo mundo acha esquisita por andar o tempo todo com um segurança e por ser meio gordinha, mostrando que as melhores pessoas podem ser excluídas por sua aparência e por um preconceito formado por mentes que nunca procuraram saber mais sobre determina pessoa. Outra personagem adorável.
A edição da Galera Record está incrível. E não poderíamos deixar de falar da escrita da autora, que traz uma dinâmica e é cheia de maneirismos adolescentes que levaram bem uma nostalgia da nossa melhor época. Com uma trama ágil e cheia de momentos hilários, O Diário da Princesa dá o pontapé inicial para uma longa saga sobre o desenvolvimento real de uma garota adolescente que, por acaso, é uma princesa prestes a ir ao trono. Além de trazer questionamentos louváveis, mas que precisam de um desenvolvimento melhor, mostra o outro lado da fama e do glamour e que nem todo mundo esta pronto para ser jogado nesse universo de uma maneira tão brusca. Afinal, aparências enganam e podem machucar pra valer…
“A coragem não é a ausência do medo, mas a certeza de que há algo mais importante do que o medo.”
Ficha Técnica |
Livro 1 – O Diário da Princesa Nome: O Diário da Princesa Autor: Meg Cabot Editora: Galera Record |
Skoob |
Phael Pablo
Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...