Resenha | O Pistoleiro

Nota
3.5

“O homem de preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás.”

Condenado a perseguir um enigmático feiticeiro conhecido como o Homem de Preto, o Pistoleiro atravessa o árido deserto e todas suas provas, em um mundo devastado e atemporal que se encontra perto do seu fim. Afinal, o mundo seguiu adiante e o Pistoleiro tem plena ciência disso. Enquanto continua a maior caçada de sua vida, o personagem é tomado por sua obsessão e más decisões, que podem acarretar em um futuro ainda mais sombrio do que o presente em que se encontra.

Roland já viu muito deste mundo, já soube muito e pagou seu preço. Mas encontrar seu nêmesis está longe de ser o fim de sua jornada. Seu Ka parece estar ligado com algo maior, algo monumental, e encontrar o homem de preto parece ser o primeiro passo para uma jornada épica que pode mudar todo o universo. Mas antes disso, o homem de preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás…

Stephen King sempre soube como interligar seu universo. Seja por personagens que fazem participações em um outro livro que não seja o seu, ou referências a nomes e locais, acontecimentos que têm um peso em outras obras ou até mesmo pequenas referências veladas que podem passar despercebidas ao leitor desatento. Mas, em todo multiverso existe um ponto central. Um pilar que sustenta toda sua construção e dá uma forte base para manter o fluxo contínuo, e no Multiverso de King essa base é a Torre Negra.

A Serie A Torre Negra é a Master Pierce do mestre, uma saga épica que conduz o leitor com maestria ao mundo médio e toda sua interligações com as outras obras do autor. E O Pistoleiro dá o pontapé inicial, jogando-nos num mundo que já seguiu adiante sem muitas explicações ou ressalvas. Estamos simplesmente lá e não sabemos nada do que está acontecendo. É interessante descobrir aos poucos sobre esse novo mundo, suas semelhanças e diferenças ao mesmo tempo em que começamos a arranhar a superfície misteriosa e árida do protagonista, que nem ao menos sabemos o nome até a metade da obra; e, acredite, isso dá um gosto ainda melhor a todo o enredo.

Roland é um homem endurecido pelo tempo que aos poucos vai revelando seu passado e despertando tanto a simpatia do leitor como sua fúria. O pistoleiro é obcecado com seu objetivo, mas é extremamente falho, mesmo tendo uma pontaria sobre-humana; o personagem se mostra frágil e cheio de temores, embora não possa demostrar seus sentimentos. Jake morreu no nosso mundo e despertou no mundo do protagonista, sem saber o que lhe aconteceu ele segue o Roland, despertando um pouco da humanidade adormecida do personagem e criando uma forte ligação não só com o pistoleiro, mas com o próprio leitor. O Homem de Preto está ali para cumprir seu papel, ele é a chave para o próximo passo da jornada de Roland e tem um bom peso como antagonista desse início de jornada. Seja pelo seu cinismo ou o deboche em suas palavras é engraçado acompanhar suas provocações e analisar o que não foi dito em suas falas.

Embora tenha um começo arrastado e cansativo, o livro ganha força em seu final e desperta a curiosidade de quem está lendo. É notável as várias influências que o autor teve neste início de jornada e a quantidade excessiva de ideias que ele quis colocar no papel, mas que, por um texto bem trabalhado, funcionam bem e acabam fisgando o leitor para as próximas etapas da jornada.

A edição da Suma esta primorosa. A capa nos transporta diretamente para a jornada que Roland precisa fazer, mais precisamente para um dos momentos de alto analise em que conhecemos melhor o personagem. A diagramação esta maravilhosa e as páginas amareladas são um deleite aos olhos cansados. O livro ainda apresenta um prefácio que nos mostra a grandiosidade de saga e sua importância, uma introdução escrita pelo próprio Stephen King falando sobre a importância e grandiosidade que achamos ao ter 19 anos.

Denso, carregado e com seu próprio tempo, O Pistoleiro aparenta ser um breve introdução para algo grandioso, mas consegue, sim, despertar a curiosidade do leitor e nos levar com maestria a esse novo mundo que parece ser tão promissor. Dando, assim, o primeiro passo e o pontapé para uma saga épica que une todo o universo e nos mostra o quão minúsculos somos diante da grandiosidade de um grande autor.

“A terra não se abriu aos pés do homem bom por outros cinco anos e, na época em que Roland se tornou pistoleiro, seu pai já estava morto, ele próprio se transformara num matricida… e o mundo seguira adiante.
Os longos anos e as longas viagens haviam começado.”

Ficha Técnica
 

Livro 1 – A Torre Negra

Nome: O Pistoleiro

Autor: Stephen King

Editora: Suma

Skoob

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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