Nota
“ Eu sabia que ia ser um dia ruim. Se eu tivesse colocado minhas calcinhas da rainha Amidala eu nunca teria ficado face a face com a verdade sobre mim mesma.”
Mia Thermopolis não poderia estar mais feliz e frustrada ao mesmo tempo. Por um lado ela começou um namoro com o maravilhoso Michael Moscovitz, o irmão mais velho de sua amiga Lilly por quem Mia tem uma quadra desde, bem, desde sempre. Por outro, a garota esta passando suas férias de inverno a milhares de quilômetros de seu amado, cumprindo obrigações reais nada empolgantes em Genovia, enquanto todos seus amigos tem férias divertidas e normais.
Mas o que devia esperar? Mia é uma princesa e única herdeira ao trono Genoviano. Ela tem que aprender a se portar, reinar e cumprir com as expectativas criadas sobre seu futuro reinado. Enquanto tenta lidar com todas suas responsabilidades e não criar um caos generalizado em seu futuro reino, Mia se questiona se Michael realmente a ama ou apenas a vê como a amiga de sua irmã mais nova. Afinal, eles nem tiveram um primeiro encontro oficial e ela não tem nada que atraia o olhar, ou desperte o amor, de alguém como Michael.
Enquanto é consumida pela duvida, Mia procura a opinião controversa de sua Grandmére, que a induz a dar um gelo em seu príncipe encantado por, aparentemente, não entender a importância do namoro dos dois. Mas, e se ela estiver certa? Afinal, Grandmére viveu um casamento forte e duradouro, sem ao menos dizer um “eu te amo” a seu falecido marido. Talvez, só talvez, um gelo seja o que a princesa precise para descobrir o que seu amado realmente sente.
Enquanto lida com suas dúvidas e inseguranças, Mia conta os dias para reencontrar seu príncipe encantado e tirar o namoro a limpo. Afinal, ela não pode suportar seus questionamentos, muito menos encarar uma resposta direta de Michael. Ao mesmo tempo que as duvidas lhe consomem, sua avó parece ter outros planos para o futuro da princesa e eles não incluem Michael como provável par real.
Princesa à Espera é o quarto volume da saga iniciada em O Diário da Princesa, trazendo o cotidiano real de Mia Thermopolis com todos seus problemas adolescentes multiplicados ao máximo. Se nos primeiros volumes fomos apresentados aos conflitos amorosos de nossa protagonista, assim como seus dilemas reais, nesse livro somos mergulhados de vez em seus questionamentos mas não de uma maneira agradável.
Meg Cabot tinha a faca e o queijo na mão para aprofundar o cenário Genoviano e o crescimento de Mia como soberana no novo país, mas parece se preocupar mais com as duvidas e incertezas da personagem que pouco parece se importar com tudo ao seu redor. É compreensível que seu primeiro amor e o afastamento de Michael seja tão importante para a mesma, mas Mia parece regredir em tantos aspectos que boa parte da trama se torna chata e enfadonha.
Mia sempre foi insegura quanto a sua aparência e sua falta de talento, mas com o novo namoro isso parece ter sido multiplicado ao extremo. Ela não consegue entender como alguém como Michael (embora o rapaz mostre quase sempre que ama a protagonista) possa estar apaixonado por alguém como ela. Mia cria inseguranças e fantasias sem propósito em sua cabeça para criar empecilhos em algo que acabou de começar. Tudo isso acentuado pela constante manipulação de Grandmére.
Era de se esperar que com tanta experiência com a avó, Mia soubesse quando está sendo manipulada. Mas tudo parece esquecido durante a trama e a perversa Rainha Mãe manipula e molda o destino da neta à sua vontade. Tudo fica ainda mais acentuado com o retorno escolar da princesa, Mia passa a notar que cada um dos seus amigos possui um talento distinto e ela se mostra mediana em tudo que tenta, sem nada de especial, aumentando ainda mais sua baixa estima.
Como se não bastasse todo esse conflito interno, Mia ainda tem que aturar uma nova leva de aulas particulares com Grandmère e a presença constante de seu primo René, que sua avó vê como um candidato a namorado melhor do que Michael (mesmo que o príncipe seja um mulherengo nato que procura se divertir ao máximo em seu tempo livre).
Michael é carinhoso e compreensivo, um verdadeiro lorde em seu cuidado e preocupação com Mia. Tina passa por maus bocados durante a trama, mas se mostra uma amiga prestativa e uma boa ouvinte ao longo do livro. A Sra. Thermopolis se mostra a voz da razão em vários momentos da trama, despertando Mia da doce ilusão alimentada por sua avó traiçoeira o que chega a ser engraçado, já que Mia considera a mãe irresponsável e alguém que precisa de uma ajuda constante.
O livro ainda faz ótimas referências a cultura pop. Seja pelas calcinhas desaparecidas da rainha Amidala, ou a constante critica a adaptação feita pela Disney em 2001 e suas gritantes diferenças com a vida de Mia, esses pequenos trechos se mostram hilários e repletos de uma graça impar que agrada ao leitor.
A edição da Galera segue o mesmo padrão das anteriores. Com a clássica capa de diário, o livro nos transporta as inseguranças e peculiaridades de sua protagonista, nos introduzindo ainda mais em suas dúvidas e receios de uma maneira sublime.
Com um começo enfadonho mas um final satisfatório, Princesa à Espera abre um novo arco na vida de Mia e prepara o terreno para as outras aventuras que estão por vir. Embora não seja o melhor livro da saga (e está longe disso) ele diverte e, por vezes, nos deixa irritado como toda boa mente insegura e caótica de um adolescente em meio a suas crises. Afinal, é nisso que fomos moldados.
“Eu queria ser a princesa Leia em vez de mim, a princesa Mia. Seria melhor entrar na Estrela da Morte do que num baile preto e branco.”
Ficha Técnica |
Livro 4 – O Diário da Princesa Nome: Princesa à Espera Autor: Meg Cabot Editora: Galera Record |
Skoob |
Phael Pablo
Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...