Resenha | Uma Coisa Absolutamente Fantástica

Nota
3

Enquanto voltava para casa numa madrugada como qualquer outra, April May encontra uma escultura bastante estranha e gigantesca, parecido com um robô, uma espécie de Transformers. Mas ela não poderia deixar de registrar aquela coisa. Então, chamou Andy, seu amigo, para gravarem um vídeo mostrando o aparecimento do estranho robô e, consequentemente, upar no Youtube. O que eles não esperavam era que o vídeo fosse viralizar e vários daqueles robôs fossem surgir pelo mundo inteiro. Agora, a vida de April mudou completamente, isso porque a garota ficou famosa e precisa lidar com a fama instantânea, os holofotes da mídia mundial, a pressão sobre seus relacionamentos, as dúvidas sobre sua identidade e a sua própria segurança e a de todos os amigos.

Uma Coisa Absolutamente Fantástica é o primeiro livro do Hank Green, o irmão do John Green. Mas isso não quer dizer que o autor segue a mesma linha do gênero publicado por seu irmão. Aqui, não teremos um romance “água com açúcar” de dois jovens que se encontram, ou que estão com doenças terminais. Nesta história, o leitor é levado para discussões pertinentes sobre o poder da internet em nossa vida, principalmente com essa avalanche de pessoas querendo torna-se públicas, sem pensar nas consequências disso.

April May, a protagonista do livro, é aquele personagem que faz o leitor não gostar dela por um único motivo: porque ela é igual a nós. A realidade presente na personagem é indiscutível. A representatividade dela e o seu olhar positivo para a situação a sua volta são o ponto forte de April. Em contrapartida, podemos nós irritar com a busca constante para ser aceita pelos outros, a irresponsabilidade emocional e a constante vontade de participar de algo extraordinário. E não poderíamos de deixar de falar dos Carls, nome dado aos robôs. Eles são confusos e fantásticos, estranhamente interessantes e totalmente desconhecidos. E continuarão desconhecidos, se depender do Hank Green, o que pode decepcionar um pouco…

Além das consequências de torna-se uma pessoa famosa, Green também conseguiu mostrar a polarização política daquele momento. É claro que isso se reflete muito na vida real, visto que o EUA estava passando por isso e, atualmente, o Brasil também se encontra nesta mesma situação. Esta relação literatura-sociedade é bastante importante para situar o leitor no ambiente ao qual o livro está inserido. Mesmo que algumas pessoas achem irrelevante essa ambientação, é extremamente importante.

Ao fim da leitura, o leitor continua cheio de dúvidas, assim como no início do livro. Talvez, o Green não quisesse abordar os Carls, mas, sim, o motivo de eles se envolverem com a April. Porém,  é impossível não querer saber mais sobre esses estranhos robôs… Uma coisa absolutamente fantástica é um livro estranhamente louco, faz o leitor refletir, traz questões pertinentes, principalmente quando olhamos a forma como nós vivemos, e nos incentiva a repensar algumas coisas. Uma boa estreia no mundo literário, mas não espetacular.

 

Ficha Técnica
 

Livro Único

Nome: Uma Coisa Absolutamente Fantástica

Autor: Hank Green

Editora: Seguinte

Skoob

Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.

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