Review | Avatar: The Last Airbender (2024) [Season 1]

Nota
4

Avatar: O Último Mestre do Ar é uma série ambientada na cultura de povos asiáticos e é importante salientar que, neste universo, algumas pessoas têm a habilidade de dobrar elementos (água, fogo, ar e terra). A história se inicia com a Nação do Fogo planejando tomar o poder do território para si, mas só uma pessoa, conhecido como Avatar, é capaz de dominar os 4 elementos e manter a paz entre as nações. Há 1 século, o avatar Roku, da Nação do fogo, impediu que isso acontecesse. Com sua morte, essa entidade encarnou em uma criança dobradora de ar, que tem a mesma missão: impedir o avanço do senhor do fogo. É dessa forma que conhecemos Aang, um garoto de 12 anos, que descobriu que carrega esse fardo. Por conta da profecia, perdeu sua comunidade e ficou congelado por 100 anos. Agora, após sair de seu “descanso”, já que foi encontrado por Katara (Kiawentiio Tarbell) e Sokka (Ian Ousley), ele precisa correr contra o tempo para mudar a situação e fazer com que todos mantenham a esperança no Avatar. Porém, fazer isso não será tão fácil, afinal ele tem vários inimigos, incluindo uma Nação inteira.

Como já é de conhecimento do público, Avatar: O Último Mestre do Ar é uma adaptação da animação de 2005-2008. Quem acompanhou o material original, na época, sabe que a produção atual não se distanciou dele, o que pode ser visto como um ponto positivo. Ao que nos parece, apesar das pouquíssimas mudanças em relação à animação, o live-action evitou desagradar os fãs, mas apresentou de forma coesa alguns arcos que não eram esclarecidos, como, por exemplo, a justificativa em relação ao comportamento da Azula – irmã do Zuko e filha do Senhor do Fogo.

Além disso, é importante entender que fazer uma adaptação resulta em tomar determinadas decisões, isso porque muitas histórias serão deixadas de lado ou haverá a alteração de parte da história original. Inclusive, algumas mudanças são extremamente positivas, é o caso do pergaminho sobre a dobra da água entregue à Katara pela avó. O lado negativo disso é como esse detalhe acaba tendo um tempo de tela mínimo, mesmo que o seu desenvolvimento seja importante no final da primeira temporada. Entendemos que manter a dinamicidade do episódio seja importante, mas mantê-lo coeso, principalmente, em relação aos detalhes, mostra uma preocupação em entregar uma boa adaptação.

O elenco foi um acerto. Como destaque, temos o Gordon Cormier que entregou um bom Aang, principalmente pelo carisma que o ator tem. Falando em grandes acertos, temos Ken Leung, interpretando o Almirante Zhao, e Daniel Dae Kim, que deu vida ao Senhor do Fogo. Todos os personagens mostram-se carismáticos no decorrer da temporada, mas é impossível não olhar para os antagonistas e não perceber a sede de poder em seus olhos. Além de protagonizar momentos memoráveis, como, por exemplo, a luta do Senhor do Fogo contra seu filho, Zuko, ou quando Zhao tenta matar o espírito da Lua.

Apesar das falhas, Avatar: O Último Mestre do Ar consegue adaptar o essencial da animação, com algumas mudanças que não desagradam os fãs, mas com pequenos deslizes em determinados detalhes, o que não atrapalha em nada a experiência de conhecer – para o público mais jovem – ou de relembrar as aventuras de Aang e os ensinamentos apresentados pelo personagem, como a importância da amizade ou a responsabilidade em liderar uma nação.

 

Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.

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