Review | Brincando com Fogo: América Latina [Season 1]

Nota
2.5

“A gente foi atrás de viciados em sexo casual e convidou essas pessoas para as melhores férias das vidas delas… Ou é isso que elas pensam.”

Depois que o Brasil ganhou uma edição própria de Too Hot to Handle, não é de se surpreender que o reality resolvesse experimentar como responderiam outros povos latinos quando inseridos no mesmo experimento, foi assim que nasceu Brincando com Fogo: América Latina. Se atendo mais a fundo na questão linguistica, enquanto o programa original é formado por participantes de países que falam inglês, essa edição se foca nos paises latinos que falam variações da lingua espanhola, contando principalmente com participantes da Argentina, México e Colombia. Mas colocar latinos no experimento do Brincando com Fogo pode gerar tanto entretenimento quanto aconteceu com os brasileiros, principalmente quando consideramos que vários casais se formaram logo na primeira tarde e quatro deles chegaram a ir para o edredom ainda na primeira noite (quebrando o recorde brasileiro), um deles ainda fazendo isso duas vezes dentro das 24 horas de tolerância. Jugando con Fuego: Latino explora a fundo o entretenimento de colocar outro grupo de participantes calientes para disputar o prêmio de cem mil doláres com a única condição de deixa de fazer a coisa mais natural do mundo para eles, fazer sexo.

Com oito capítulos com duração de pouco mais de meia hora, a série aposta pesado na provocação para render o entretenimento ao escalar um elenco de participantes que faz jus ao rotulo de “solteiros desenfreados”, e colocar esses solteiros a flor da pele numa casa de praia mexicana em uma ilha paradisíaca é suficiente para levar os participantes ao extremo, mas o público sempre vai almejar mais, e é por isso que a produção faz questão de investir em workshops muito mais provocativos e festas mais subjetivas, onde o contato fisico e a pouca roupa são usados como ferramentas para escalonar a tentação que eles devem encarar na busca por abster-se de qualquer prática sexual. Apesar de ser uma série Netflix, o reality ganha um novo formato de lançamento em três partes, com os três primeiros episódios sendo lançados em 15 de setembro de 2021, o quarto ao sexto sendo lançados em 22 de setembro e os dois episódios finais chegando ao catalogo apenas em 29 de setembro, o que alimenta ainda mais a curiosidade do público.

Claro que tudo ganha ainda mais cor, para nós espectadores, com as interações de Lana, que na versão brasileira é dublada por Leticia Quinto, representando toda a produção do programa e colocando os participantes à prova de forma direta, seja com testes para seguir as regras ou jogando informações incompletas sobre as quebras de regras para alimentar a tensão no grupo, e claro que não dá pra deixar de citar a narração bem humorada de Itatí Cantoral, famosa no Brasil e em diversos países pelo papel de Soraya Montenegro na novela Maria do Bairro, que infelizmente acaba perdendo um pouco da identidade no Brasil quando é dublada por Adriana Pissardini, a mesma dubladora que dubla Desiree Burch na versão original, deixando a versão dublada parecendo que a narração não foi alterada quando se mudou de país.

Tudo começa com a apresentação dos dez solteiros que irão iniciar a festa nessa grande ilha, são eles: Manuela, a modelo colombinana fogosa; Joel, o ator mexicano selvagem; Carolina, a mexicana dominadora; Nico, o modelo argentino ninfomaniaco; Israel, o biologo mexicano brincalhão; Zaira, a cantora espanhola sedutora de 21 anos; Dadvian, o ator mexicano bruto; Lilian, a modelo fitness mexicana boca-suja; Flor, a personal trainer argentina tagarela; e Nick, o modelo colombiano fanfarrão. Mas, assim como aconteceu nas outras edições, com o passar dos dias novos participantes vão chegando para agitar a dinâmica e mexer com os sentimentos dos solteiros e comprometidos, o que na edição latina acontece com a chegada de Locho, o cantor argentino liberal de 26 anos; e Dahiana, a modelo colombiana panssexual; além dos infiltrados da Lana, Clovis, o ator mexicano pegador , e Jessica, a atriz mexicana tarada, que juntos são enviados para fazer os participantes quebrarem as regras, mas só eles sabem que são agentes duplos e que o valor de cada dedução do prêmio geral será transferido diretamente para o prêmio individual deles.

Fazendo alterações discretas na formula para esquentar o jogo, Brincando com Fogo: América Latina perde muito sua força com o decorrer dos episódios e enfraquece pela forma anti-competitiva que os participantes assumem, como se o dinheiro perdesse a importancia para a maioria dos participantes e eles começassem a pensar muito mais na diversão do que realmente em poupar, algo que tira completamente o espirito e proposta do reality e, por consequencia, perde completamente a atenção de seu público. Se a formula dá certo entre os anglo-americanos e os europeus e melhorou bastante ao ser aplicada com os brasileiros, parece que o mesmo não funcionou ao abraçar os latinos para dentro da proposta, inicialmente até dá certo por toda a impulsividade dos participantes, mas essa impulsividade começa a ficar cansativa a medida que o programa se desenrola, onde esperavamos ver uma evolução mais interna dos escolhidos e acabamos vendo uma evolução superficial, que não orna com a proposta geral do formato. Os participantes não cativam, a apresentação perde muito pelo conforto que temos com Pissardini e principalmente pela forma como piadas pontuais ligadas à cultura latina ou da apresentadora acabam se perdendo ou sendo subtituidas.

“Boa sorte, coelhinhos”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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