Nota
“Conquistadores, bem-vindos ao paraíso!”
Já ficou provado o quanto o Brasil é o país do calor humano, do contato físico e da desinibição total com a primeira temporada de Brincando com Fogo: Brasil, não é a toa que nosso país tenha ganhado mais uma edição do reality show mais frustrante (para seus participantes) da Netflix. Dez solteiros adeptos da milenar prática de pegar geral e não se apegar em ninguém são levados diretamente para o rígido retiro comandado por Lana, a assistente virtual mais rígida conhecida, para viver uma grande disputa pelo grande prêmio de 500 mil reais, o problema é que dentro desse reality tem regras: não pode sexo, não pode beijo, não pode caricias sexuais e não pode masturbação, e vale lembrar que cada regra quebrada resulta em uma multa que é reduzida diretamente do prêmio geral do show. Como já é padrão, o programa volta buscando fazer seus participantes reaprenderem sobre si mesmos e sobre os outros enquanto participam de festas, oficinas, quartos privados e encontros, numa jornada de proporcionar crescimento pessoal e a criação conexões genuínas com as outras pessoas.
Renovando suas estratégias, o programa da Fremantle procura novas formas de explorar essa experiência que combinou tão bem com o Brasil, dessa vez aumentando o tempo inicial da recepção para 36 horas e introduzindo os participantes como parte do reality Conquistadores do Paraíso, criado justamente como fachada para impulsionar a experiencia inicial que o show pede. Repetindo a presença de Leticia Quinto como voz de Lana, mantendo a personalidade mais carnal da robôzinha que os observa 24 horas e depois começa uma grande missão de ensinar os participantes a crescer como pessoas, e a muito bem humorada narração de Bruna Louise, cheia de piadas apimentadas que tornam a experiencia ainda melhor para os expectadores. Com oito episódios de cerca de 50 minutos, a série repete a proposta de vir divida em duas partes, com o primeiro quarteto de episódios lançados no dia 28 de setembro de 2022, e a segunda leva no dia 5 de outubro do mesmo ano, apenas uma semana de diferença mas que é capaz de despertar a curiosidade do público. Novamente temos um inicio composto por cinco homens e cinco mulheres, que precisam aprender o autocontrole, a chegada posterior de alguns convidados, que precisam compartilhar a experiência e o aprendizado, e a dolorosa despedida de alguns amigos, que parecem não se sair bem na experiência de Lana.
Tudo começa com a apresentação de Justen, o pai carioca de 26 anos; Kelvin, o playboy carioca de 28 anos; Italo, o estudante de direito bahiano de 21 anos; Ivan, o DJ bahiano de 22 anos; WG, o predador mineiro de 25 anos; Khiara, a estudante de moda gaúcha de 20 anos; Isadora, a dançarina paulista de 21 anos; Sandri, a modelo bissexual alagoana de 21 anos; Victoria, a DJ gaúcha de 24 anos; e Nayara, a modelo gaúcha de 23 anos. Tudo ainda se agita ainda mais com a chegada tardia de Gabriel, o modelo pernambucano de 23 anos, e Thai, a bailarina capixaba de 26 anos, com a visita infamante de Caio, Davi e Thuany (participantes da primeira temporada) que voltam com a missão de convencer alguns participantes a quebrar as regras, e com a chegada da sedutora Thalyta, do apimentado Paulo, da beijoqueira Lara e do xavecador Lucas, fechando de vez a formação da temporada. Mas não foi só de participantes que a temporada foi marcada, com sexo e beijo triplo no primeiro dia, recorde de multa recebida e extremos dos participantes, o show evolui ao incluir um Modo de Calamidade e nos apresentar a inesperada Cabana Verde, além de ter uma pequena participação especial de Dani Ortiz como a voz do opulente Cubo, que se junta à Lana para enganar os participantes nas primeiras 36 horas.
Transformada para melhor explorar o tempero brasileiro, Brincando com Fogo: Brasil entrega uma edição ainda melhor se comparada às internacionais, tendo a chance de ir mais fundo na busca pelo conhecimento enquanto combate danças mais sensuais, beijos mais quentes, sexo de primeiro encontro e ficar pelado por pura diversão, costumes brasileiros que parecem se encaixar perfeitamente no que a edição precisa para aumentar sua ousadia e audiência, fica claro o quanto a personalidade brasileira se encaixa perfeitamente nos desafios do reality e no quanto se torna divertido ver os planos da produção prestes a sair do controle por conta da impulsividade de seus participantes ou o quanto a produção muda completamente suas investidas para aproveitar essa impulsividade e gerar entretimento. Em que outro país deixar uma suíte privada aberta iria impulsionar uma atitude inconsequente? Onde mais uma festinha no barco seria capaz de levar os participantes a acreditar no direito a quebra de regras? Em que outro país teríamos pessoas dispostas a entrar debaixo do edredom na primeira noite sem medo de quem está dormindo na cama ao lado? Fica claro o quanto a edição encontra novos dilemas para explorar, apostando certo em seu elenco e indo fundo em um potencial que ainda pode ser muito explorado pela equipe da Freemantle.
“Olá pessoas, voltei!”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.