Review | Euphoria [Season 2]

Nota
4

O retorno de Euphoria garante novos personagens e tenta dar continuidade a arcos narrativos de seu primeiro ano. Rue, após um tempo sem recaídas, consegue se manter com a Jules, mas suas futuras ações podem prejudicar seu relacionamento. Já Cassie, busca se manter sã diante de seu sentimento por Nate, mesmo sentindo-se culpada por sua melhor amiga, a ex-namorada do garoto.

Se a primeira temporada de Euphoria foi impecável em sua construção, não podemos dizer o mesmo deste segundo ano da produção. Agora, além de mostrar consequências para os atos de seus personagens no ano anterior, temos uma abertura de espaço para outros terem seu brilho. Mas qual é o problema disso? Basicamente esquecer arcos narrativos bons e importantes para alguns personagens só para focar em outros, deixando-os perdidos no almoço de domingo.

Nesta nova temporada, é Zendaya (Rue Bennet) quem entrega, como de costume, uma interpretação incrível para a protagonista da série. Um de seus pontos altos pode ser visto em “Stand Still Like the Hummingbird” (2×05), onde a personagem lida com a sua família e conta sobre o seu retorno às drogas. Durante o decorrer da temporada, a atriz consegue nos mostrar os diversos estados psicológicos da personagem, entregando um trabalho que não tem pode ser definido com outro adjetivo a não ser “impecável”.

Mas não é só de Zendaya que vive a série. Sydney Sweeney (Cassie Roward) pode ter sido mais “apagada” durante a primeira temporada, mas agora a atriz consegue mostrar todo o seu potencial. Cassie está entre Nate e Maddy, pois acabou se apaixonado pelo ex-namorado de Maddy, mas nada é tão ruim que não possa piorar. Nate se mostra extremamente tóxico, o que permite à atriz mostrar um lado ingênuo da personagem, que encontra-se emocionalmente abalada por estar no meio desse conflito. É bastante interessante ver o desenrolar desse triângulo amoroso, que envolve sentimentos tão próximos (amizade/amor), mas que logo resultará em muito ódio e tristeza. Outra personagem que ganha destaque é Lexi, interpretada por Maude Apatow, que serve como ponte para expor a vida de muitos personagens diante da escola inteira.

Mesmo diante de alguns acertos, Euphoria traz arcos narrativos que foram deixados de lado, mesmo tendo sido abordado em detalhes na primeira temporada, como exemplo o de Kat (Barbie Ferreira), que praticamente não aparece nos 8 episódios da trama e em inúmeras cenas não traz nada de relevante para o arco narrativo da personagem. Outro momento esquecido no enredo é o caso entre Jules (Hunter Schafer) e Elliot (Dominic Fike). A impressão que fica é que, com a inserção de outras tramas, o roteiro se perdeu na forma de contar sua história, uma das habilidades que foi o destaque durante da primeira temporada da série. Apesar de tudo isso, o fim deste segundo ano deixa várias questões que precisam ser resolvidas, o que deixa a esperança de uma terceira temporada com um nível mais próximo do visto na temporada de estreia. Ainda há possibilidade de a produção rever seus erros e dar um desfechos mais cativantes e superinteressantes para seus personagens, nos deixando apenas a esperar, e torcer, pela possibilidade de um novo ano com menos erros.

 

Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.

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