Nota
Pegue uma trama rasa dos anos 90, misture com estereótipos e faça uma parceria com a Netflix em pleno 2018 e isso provavelmente resultará numa série que realmente tenta se destacar por seus clichês, paródias de séries do século passado e piadas, mas falha miseravelmente. E essa série existe e se chama Everything Sucks!.
Nessa série de comédia adolescente de 10 episódios, de 20 minutos cada, criada por Ben York Jones e Michael Mohan, vemos a vida de Luke O’Neil (Jahi Di’Allo Winston), um calouro novato no clube audiovisual do Ensino Médio de Boring City (Cidade Entediante), e Kate Messner (Peyton Kennedy), a filha do diretor em seu segundo ano no clube audiovisual do Ensino Médio que tem dúvidas sobre sua sexualidade.
Mostrando situações muito pouco realistas e falta de desenvolvimento nos personagens, Everything Sucks! é uma obra que pode agradar adolescentes com pouca experiência em séries dos anos 90 e consegue entreter minimamente os jovem adultos com referências de músicas, como “Fake Plastic Trees”, de Radiohead, e modas e gírias exclusivas do período representado, apelando para um grande toque de nostalgia, mas nada mais que isso. A série não tem nada de novo a que acrescente além de técnicas que filmagens mais novas e de maior resolução. A comédia, que deveria ser a aurora de Everything Sucks!, é medíocre e pouco explorada, de modo que seu time várias vezes é aplicado e forma errônea.
Luke O’Neil e Kate Messner, os protagonistas, assim como todos os outros personagens, poderiam ser melhor explorados e têm personalidades tão rasas e estereotipadas que várias vezes é preciso pausar na metade de cada episódio por puro cansaço, o que é uma pena, visto que todos os cidadãos de Boring City mostrados tinham potencial para algo maior.
Luke é o típico garoto apaixonado, que ajuda e tenta proteger ao máximo sua amada, cometendo várias idiotices para isso. Muitas vezes é impulsivo. Kate é a clássica garota introvertida e diferente, ao qual, muito ironicamente, sua única diferença do clichê da garota introvertida é a dúvida sobre sua sexualidade. Assim segue-se todos os personagens, rasos e quase impossíveis de serem descritos de uma maneira forte ou tão técnica, já que nada além, do básico deles é apresentado.
Mesmo sendo uma pena, “Everything Sucks!” faz jus ao nome, tornando a si mesmo mais uma série medíocre que os outros veem quando estão esperando uma temporada nova de uma outra obra da Netflix.
https://www.youtube.com/watch?v=CSwoL8AWWhw